Muitos são os bilionários que distribuem a sua riqueza por várias geografias, criando family offices em offshores, procurando sobretudo melhores condições para salvaguardar e até multiplicar o seu património.
Os family offices são estruturas de apoio à gestão da riqueza familiar, de tudo o que esteja de fora da empresa familiar, seja a gestão de propriedades de uso fruto comum seja para investimentos variados, como ações ou imobiliário. Os Emirados Árabes Unidos tem sido uma das regiões que mais atrai bilionários, com o Dubai a captar maior número de family offices a instalarem-se.
No entanto, e de acordo com o relatório Asia–Pacific’s family office boom: Opportunity knocks, realizado pela McKinsey and Company, verifica-se um êxodo de riqueza da China que está a ser canalizado para Singapura e Hong Kong, uma região administrativa com características especiais. Nestas duas regiões, que são considerados hubs financeiros na Ásia, o número de family offices quadruplicou desde 2020, passando agora para cerca de 4 mil.
Juntas, Singapura e Hong Kong acumulam cerca de 15% do total dos family offices existentes no mundo. Este crescimento já está a levar a uma elevada procura por talento especializado na zona e a uma disputa pelos melhores entre a banca de investimento e os family offices.
Bilionários: Hong Kong e Singapura geriam 1,3 biliões de dólares cada
A análise da McKinsey mostra ainda que, em 2023, foram transferidos cerca de 955 mil milhões de dólares (880 mil milhões de euros) entre a China e as duas regiões, dos quais 400 mil milhões de dólares (369 mil milhões de euros) foram transferidos para Singapura e 555 milhões de dólares (511 mil milhões de euros) para Hong Kong. No total, cada uma destas geografias geria, no final de 2023, ativos financeiros no valor de cerca de 1,3 biliões de dólares (1,2 biliões de euros), apenas superadas pela Suíça que geria 2,5 biliões de dólares (cerca de 2,3 biliões de euros).
A Ásia também exporta riqueza em grandes volumes para a Europa, tendo este valor atingido os 675 mil milhões de dólares (cerca de 622 mil milhões de euros) em 2023.
Dada a grande transferência de riqueza estimada para os próximos anos, – espera-se que, entre 2023 e 2030, as famílias ricas da Ásia passem 5,8 biliões de dólares (5,3 biliões de euros) às próximas gerações – estas zonas da Ásia vão continuar a assistir a um crescimento acelerado dos family offices. Poderá até acontecer que haja igualmente um êxodo de riqueza da Europa e dos Estados Unidos com destino a estes dois locais, já que, segundo o relatório, são vistos como seguros para investir.
Por outro lado, os dados da McKinsey mostram que a Ásia também exporta riqueza em grandes volumes para a Europa, tendo este valor atingido os 675 mil milhões de dólares (cerca de 622 mil milhões de euros) e para a América do Norte e região do Caribe, num valor de 700 mil milhões dólares (645 mil milhões de euros), em 2023.