Nunca existiu tanta riqueza acumulada no mundo, dizem os especialistas. Nunca antes houve herdeiros de tamanhas fortunas, agora que os mais velhos, da Geração Baby Boomers, a chegar aos 80 anos, começam a transferir a sua riqueza para as gerações seguintes. A já chamada “Grande Transferência de Riqueza” é um fenómeno mundial que, segundo um relatório da Cerulli Associates, deverá envolver qualquer coisa como 84 biliões de dólares (qualquer coisa como 77 biliões de euros), ao longo das próximas duas décadas.
Isto implica que as gerações mais jovens, Millennials e Geração Z, tenham cada vez mais literacia financeira e competências de gestão de ativos para conseguirem lidar com a riqueza que não criaram, mas vão gastar. O ranking dos mais ricos da Forbes já mostra claramente esta tendência: há muitos jovens herdeiros a figurar na lista, muitos que ainda nem começaram a trabalhar e que não ganharam o seu dinheiro. Pela primeira vez, todos os bilionários com menos de 30 anos são herdeiros e dos 25 mais ricos com mais de 33 anos, apenas sete construíram o seu império.
Cerca de 72% dos americanos não se sentem preparados para gerir grandes entradas de dinheiro
A instituição financeira Citizens Financial Group realizou um estudo, entrevistando 1.500 adultos americanos, incluindo 500 proprietários de PME norte-americanos e concluiu que 72% dos americanos não se sentem preparados para gerir grandes entradas de dinheiro nem sabem onde procurar aconselhamento para tal. Quase um terço dos inquiridos acredita que é provável que herdem algum dinheiro nos próximos cinco anos, sendo que mais de metade (55) pertence à Geração Millennials e 41% à Geração Z. Porém, esta expectativa vem acompanhada de alguma ansiedade, pois a maioria afirma não estar preparado para gerir estas receitas inesperadas.
Dos inquiridos, 60% dizem que investiriam a sua herança, 51% pagariam dívidas e obrigações financeiras, 36% comprariam um carro novo, 34% iniciariam um novo negócio, 33% pagariam os seus estudos e apenas 26% dos inquiridos gastariam o dinheiro em viagens.
Apesar de não estarem preparados, também não sabem onde devem procurar aconselhamento financeiro. Apenas 61% dos americanos responderam que recorreriam a um consultor financeiro para obter orientação, e 25% disseram que pediriam ajuda à banca. No entanto, cerca de 29% assumiu que seria necessário pelo menos herdar um milhão de dólares para procurar aconselhamento profissional. Isto sobretudo porque 83% das pessoas não confiam nos consultores financeiros para alcançar os seus objetivos financeiros, porque já seguiram maus conselhos financeiros.
Jovens procuram mais conselhos nas redes sociais
Talvez por causa desta desconfiança estejam a recorrer a fontes alternativas: cerca de 51% dos americanos já seguiram indicações financeiras de publicações nas redes sociais e 61% assumem que utilizariam um sistema de Inteligência Artificial para aconselhamento financeiro.
As gerações mais jovens são as que têm maior desconfiança relativamente aos consultores financeiros: a maioria dos Millennials (54%) e da Geração Z (51%) disseram que receberam maus conselhos após ganhos financeiros inesperados, em comparação com apenas 20% dos membros da Geração X e 10% dos Baby Boomers.
Dos inquiridos, 60% dizem que investiriam a sua herança, 51% pagariam dívidas e obrigações financeiras, 36% comprariam um carro novo, 34% iniciariam um novo negócio, 33% pagariam os seus estudos e apenas 26% dos inquiridos gastariam o dinheiro em viagens.