Mais de 60 anos após o assassinato do presidente John F. Kennedy, as teorias da conspiração ainda circulam nos EUA e Donald Trump prometeu novamente divulgar os últimos documentos ao ser reeleito, embora os especialistas não esperem grandes revelações.
O republicado prometeu durante a sua campanha de reeleição que desclassificaria todos os registos governamentais remanescentes em torno do assassinato ocorrido em 22 de novembro de 1963, em Dallas, caso regressasse ao cargo.
Trump já tinha feito uma promessa semelhante durante o seu primeiro mandato, mas acabou por ceder aos apelos da CIA (serviços secretos norte-americanos) e do FBI (polícia federal norte-americana) para manter alguns documentos retidos.
Neste momento, apenas alguns milhares dos milhões de registos governamentais relacionados com o assassinato ainda não foram totalmente divulgados, e aqueles que estudaram os registos divulgados até agora dizem que mesmo que os restantes documentos sejam desclassificados, o público não deve esperar quaisquer revelações devastadoras, noticiou na quinta-feira a agência Associated Press (AP).
O 61.º aniversário deverá ser hoje assinalado com um momento de silêncio em Dealey Plaza, por onde passava o cortejo de Kennedy quando este foi morto a tiro. Ao longo desta semana ocorreram eventos que assinalaram a data.
Na altura, a polícia deteve Oswald, de 24 anos, e, dois dias depois, o dono de uma discoteca, Jack Ruby, baleou mortalmente Oswald durante uma transferência para a prisão.
Um ano após o desastre, a Comissão Warren, criada pelo presidente Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato, concluiu que Oswald agiu sozinho e não havia provas de conspiração. Mas isso não reprimiu uma teia de teorias alternativas ao longo das décadas.
Coleção tem mais de 5 milhões de registos
No início da década de 1990, o governo federal determinou que todos os documentos relacionados com o assassinato fossem armazenados numa única coleção na Administração Nacional de Arquivos e Registos. A coleção de mais de 5 milhões de registos deveria ser aberta até 2017, salvo alguma exceção designada pelo presidente.
Trump, que assumiu o cargo para o seu primeiro mandato em 2017, gabou-se de que permitiria a divulgação de todos os registos restantes, mas acabou por reter alguns, por causa do que chamou de potencial dano à segurança nacional.
Embora os documentos tenham continuado a ser divulgados durante a administração do presidente democrata Joe Biden, alguns ainda permanecem ocultos.
Os documentos divulgados nos últimos anos oferecem detalhes sobre a forma como os serviços de informação funcionavam na época e incluem telegramas e memorandos da CIA a discutir as visitas de Oswald às embaixadas soviética e cubana durante uma viagem à Cidade do México poucas semanas antes do assassinato. O ex-fuzileiro já tinha desertado para a União Soviética antes de regressar a casa, no Texas.
Gerald Posner, autor de “Case Closed”, que conclui que o assassino Lee Harvey Oswald agiu sozinho, estima que ainda existam cerca de 3.000 a 4.000 documentos no acervo que ainda não foram totalmente divulgados. Destes documentos, alguns ainda estão totalmente redigidos, enquanto outros apresentam apenas pequenas supressões, como o número de segurança social de alguém.
Existem cerca de 500 documentos onde todas as informações são editadas, referiu Posner, e isso inclui as declarações fiscais de Oswald e Ruby.
Lusa