Contendo diversas informações únicas sobre o corpo humano e sobre a sua saúde, o sangue é usado há décadas como um dos meios de diagnóstico mais comuns e fiáveis na medicina. No entanto, os exames de sangue convencionais são demorados, requerem laboratórios centralizados, equipamentos caros e volumosos, processos manuais e ineficientes (rotulagem, transporte e armazenamento) e pessoal experiente.
A CRIAM, start-up com seis anos, desenvolveu um dispositivo portátil, muito mais barato que os equipamentos habituais e que permite um resultado do tipo de sangue em três minutos. Além de poder contribuir para facilmente se chegar a um resultado de compatibilidade em situações de emergência, permite a redução da dependência face ao tipo de sangue O-, explica a empresa.
O dispositivo pode ser usado em qualquer lugar e em vários cenários, como dentro de um veículo de emergência em movimento ou em locais de difícil acesso sem internet ou energia.
O projeto que conquistou esta semana o prémio Born from Knowledge (BfK) Awards, foi atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito do processo de seleção nacional dos projetos para o World Summit Awards (WSA), liderado pela APDC.
“O CRIAM é uma solução absolutamente inovadora e sem concorrência no mercado. É portátil, pode ser usado em situações de emergência e permite obter um resultado com 99,77% de fiabilidade em apenas três minutos. Face ao desenvolvimento atual da medicina e à necessidade de agilizarmos cada vez mais os processos de saúde, recorrendo a menos recursos, prevejo que o projeto vá ter muita aceitação no mercado, que é o nosso principal objetivo”, afirma João Mendes Borga.
O administrador da ANI realça o facto de o CRIAM resultar de uma spin-off da Universidade do Minho: “É mais um exemplo de que a transferência de conhecimento para a economia está a acontecer e que contribuirá para que Portugal tenha uma oferta competitiva cada vez mais diferenciada em mercados globais”.
Com sede em Braga, a CRIAM estima um mercado potencial de 4 biliões de euros, distribuídos por cerca de 170 mil hospitais e 100 mil ambulâncias. Entre os principais potenciais clientes, a start-up destaca os mercados de saúde, militar, governamental e Organizações Não-Governamentais. Geograficamente, a CRIAM apontará primeiro à UE e aos EUA para tipagem sanguínea, à UE para testes sorológicos COVID-19 e aos mercados emergentes de África e Sul da Ásia para testes de tuberculose.