A Mota Engil apresentou esta semana os seus resultados trimestrais e não deixou margem para dúvidas: a estratégia de diversificação geográfica e setorial – bem como o reforço da melhoria da eficiência -, está a dar bons frutos. Tanto é que a empresa registou um lucro líquido de 20 milhões de euros no primeiro trimestre, o que representou um crescimento de 54% quando comparado com o período homólogo de 2023.
Segundo os analistas da plataforma de investimento online XTB, este resultado destaca-se como o melhor início de ano de sempre para o grupo construtor. Já o volume de negócios aumentou 7%, alcançando os 1,35 mil milhões de euros, com um EBITDA (resultados antes de juros, amortizações e depreciações) de 196 milhões de euros. Por outro lado, a empresa anunciou um novo recorde da sua carteira de encomendas, que atinge agora os 14 mil milhões de euros.
A capitalização bolsista da empresa atinge agora 1,2 mil milhões de euros, um valor muito acima dos cerca de 983 milhões que valia em outubro de 2023, data em que revista Forbes avaliou a fortuna da família Mota, dona de 40% da empresa.
Estes resultados, que foram amplamente positivos, não revelam, no entanto, como seria de esperar, uma forte animação no mercado bolsista: após o seu anúncio, as ações até começaram a negociar em terreno negativo, continuando a tendência de queda dos últimos dois meses. A empresa está a cotar atualmente nos 3,96 euros, mas no início de março, aquando da apresentação de resultados anuais, o preço da ação atingiu quase o pico dos últimos anos, ao cotar num máximo de 5,81 euros. A empresa anunciou, nessa data, que o volume de negócios do grupo tinha ultrapassado os 5,5 milhões de euros, um crescimento de 46% face a 2022, e que os lucros cresceram 120% para 113 milhões de euros.
Família Mota vale agora 600 milhões
A capitalização bolsista da empresa atinge agora 1,2 mil milhões de euros, um valor muito acima dos cerca de 983 milhões que valia em outubro de 2023, data em que revista Forbes avaliou a fortuna da família Mota, dona de parte da empresa, para a lista dos 50 mais ricos de Portugal. A família, liderada por António Mota e suas irmãs, Maria Manuela, Maria Teresa e Maria Paula, detém 40,1% da companhia através da holding FM – Sociedade de Controlo SGPS. E, se no final do ano passado, a avaliação do património familiar ascendia a 513 milhões – que inclui esta parcela bolsista, e ainda outros investimentos, nomeadamente imobiliários – agora pode contar com mais 86 milhões, com a valorização da Mota Engil, ascendendo a cerca de 600 milhões de euros.
Os especialistas da XTB adiantam que é possível notar que o preço das ações neste momento dá sinais de que está a ser negociado a “desconto”, o que poderá captar a atenção dos investidores.
Segundo os analistas da XTB, o relatório divulgado pela Mota Engil mostra bem a importância de mercados estratégicos como o México e Moçambique, onde assegurou, no final do ano passado importante contratos. A empresa anunciou também esta semana que angariou dois novos contratos, no Peru, no valor de 350 milhões de euros.
Ou seja, a baixa performance “das ações da empresa poderá mudar, uma vez que poderá voltar a vencer novos contratos de grandes obras públicas, como o novo Aeroporto de Lisboa e a construção da nova ponte (isto, claro, se os projetos avançarem)”, pode ler-se na análise da XTB. Os especialistas adiantam ainda que, observando também o consenso de mercado, é possível notar que o preço das ações neste momento dá sinais de que está a ser negociado a “desconto”, o que poderá captar a atenção dos investidores.