Roger Federer vai retirar-se da competição depois de disputar a Laver Cup na próxima semana em Londres. O anúncio partiu do próprio tenista de 41 anos, encerrando, assim, um capítulo em que o ténis foi dominado pelos chamados “Três Grandes” da modalidade: Federer, Rafael Nadal (36 anos) e Novak Djokovic (35 anos).
Amplamente considerado um dos melhores do desporto de todos os tempos, Federer sai de cena com 20 títulos de Grand Slam, atrás apenas dos seus rivais mais jovens, Nadal (22 triunfos no Grand Slam) e Djokovic (21 vitórias no Grand Slam).
Federer chamou a sua reforma de uma “decisão agridoce”, referindo ter concluído que a mensagem do seu corpo relativamente às suas “capacidades e limites” “ultimamente tem sido clara”, numa alusão ao facto do suíço ter lutado ultimamente para permanecer nos courts nos últimos anos devido a lesões.
“Agora tenho de reconhecer quando é tempo de terminar a minha carreira competitiva”
“Como muitos sabem, nos últimos três anos eu enfrentei muitas lesões e cirurgias. Trabalhei duro para voltar a um nível totalmente competitivo. Mas eu conheço o meu corpo e os seus limites, e os sinais que ele vem me dando são claros. Estou com 41 anos, joguei mais de 1.500 partidas em 24 anos”, referiu.
O anúncio não foi, por isso, uma completa surpresa – Federer não competia desde julho de 2021, quando perdeu nos quartos de final de Wimbledon.
Este anúncio tem a coincidência de ocorrer dias depois de, Serena Williams, 40 anos, ter também decidido colocar um ponto final na sua carreira de atleta de competição.
A Laver Cup, último torneio oficial que Federer disputará, é uma espécie de duelo entre europeus e o resto do mundo, decorrendo em Londres, de 23 a 25 de setembro. Terá a particularidade de colocar na mesma equipa, a dos europeus, as estrelas Federer (suíço), Nadal (espanhol) e Djokovic (servio).
No seu discurso de despedida, Federer sublinhou que “de todas as coisas boas que o ténis me deu, sem dúvida a melhor foram as pessoas que conheci: amigos, adversários e, mais importante de tudo, todos os fãs que dão vida a este desporto”.
O atleta recorda que “o ténis tratou-me com mais generosidade do que eu jamais teria sonhado”, deixando a mensagem de que ama a modalidade e nunca a deixará.
Quanto é que amealhou?
US$ 90,7 milhões. Isto é quanto Federer ganhou no ano passado, graças a US$ 90 milhões em patrocínios, tornando-o o sétimo atleta mais bem pago do mundo. O tenista ganhou muito mais fora dos courts do que qualquer outro desportista, superando o segundo atleta mais patrocinado, LeBron James, que arrecadou US$ 80 milhões em patrocínios no ano passado.
Federer ganhou US $ 130,6 milhões em prémios em dinheiro nos courts de ténis ao longo da sua carreira de 24 anos, o terceiro maior de todos os tempos no ATP Tour, embora fossem os seus patrocínios lucrativos que o colocaram consistentemente entre os atletas mais bem pagos do mundo ao longo do seu percurso profissional.
Federer passou mais de 300 semanas como o número 1 do mundo, no ranking ATP. Federer é considerado o maior jogador em relva, exibindo um recorde de oito triunfos em Wimbledon.
O suíço e os restantes membros dos “Três Grandes” foram tão dominantes no ténis que desde 2003 ganharam 63 dos últimos 77 títulos do Grand Slam. Federer ultrapassou o recorde de 14 vitórias no Grand Slam do seu ídolo Pete Sampras quando venceu Wimbledon em 2009, e venceu um Grand Slam pela última vez em 2018, quando conquistou o que parecia um recorde inquebrável de 20º título ao conquistar o Open da Austrália. Desde então, Djokovic (21) e Nadal (22) ultrapassaram-no.
Roger Federer tem, no currículo um total de 20 títulos de Grand Slam: oito em Wimbledon (2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009, 2012, 2017), seis no Open da Austrália (2004, 2006, 2007, 2010, 2017, 2018), cinco no Open dos EUA (2004, 2005, 2006, 2007, 2008) e um em Roland Garros (2009).
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