O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai desenhar um curso para incentivar o empreendedorismo feminino para ser ministrado também em universidades da Polónia, Itália, Espanha e Grécia.
Numa nota enviada à agência Lusa, o IPG revelou que a formação que vai ser preparada por um grupo de investigadores e docentes do IPG visa incentivar as estudantes que frequentam o ensino superior nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática “a tornarem-se mais empreendedoras e a lançarem ‘startups’ em diversas áreas de negócio”.
A instituição integra o projeto “HerTechVenture”, que envolve universidades da Polónia, Itália, Espanha e Grécia, a Fundação Educacional “Perspetivas”, da Polónia, e a consultora portuguesa Inova +, presente em cinco países europeus.
Liderado pelos polacos da Fundação “Perspetivas”, o projeto “HerTechVenture” tem como objetivo criar um ecossistema empreendedor comum ligado aos cursos de ciências e tecnologias das instituições, que faça aumentar o número de estudantes mulheres a abrirem empresas.
Neste consórcio, o Politécnico da Guarda irá liderar o grupo de trabalho responsável por definir a metodologia, construir a estrutura e criar conteúdos para o curso de empreendedorismo direcionado para as estudantes das áreas tecnológicas.
O curso que a equipa do Politécnico da Guarda irá criar será depois lecionado nas universidades da Polónia, Itália, Espanha e Grécia, e também no IPG.
O projeto arranca no dia 14, com uma conferência ‘online’ na qual participam todos os membros.
O número de mulheres que lançam empresas continua baixo
O IPG salientou que apesar de cada vez mais mulheres tirarem cursos superiores nas áreas científicas e tecnológicas, “o número das que lançam empresas continua muito baixo”.
Teresa Paiva, docente e investigadora do IPG e uma das responsáveis pela iniciativa, realçou que, “a nível mundial, a percentagem de mulheres que captam investimento para criarem ‘startups’ é de 2%, contra 98% de homens: na Europa e em Portugal a diferença é ligeiramente melhor, mas mesmo assim regista-se uma assimetria abismal”.
Neste projeto, o IPG vai identificar quais as necessidades das estudantes mulheres e “definir uma metodologia para que elas adquiram as competências que lhes permitam capacitarem-se e terem mais condições para serem empreendedoras”, explicou Teresa Paiva.
A docente destacou que “é preciso, primeiro, conhecer com profundidade as necessidades das estudantes das carreiras tecnológicas para se tornarem empreendedoras”, para depois “propor conteúdos formativos que supram essas necessidades”.
“Será esta a grande tarefa do Politécnico da Guarda neste projeto”.
O presidente do IPG, Joaquim Brigas, considerou que “a criação de um ecossistema empreendedor com mais mulheres entre o Politécnico da Guarda e universidades de vários países europeus irá beneficiar, a prazo, a região da Guarda e Portugal”.
Lusa