Lisboa tem de acelerar nas medidas de mobilidade sustentável para chegar a 2030 com emissões zero no setor dos transportes, segundo um estudo europeu divulgado pela associação Zero, no qual, cerca de 35 cidades europeias obtiveram baixa classificação.
A capital lisboeta, a única cidade portuguesa avaliada no estudo, obteve uma classificação geral de 49,8% e está no 10.º lugar desta lista. Face a este cenário, a associação ambientalista assume que está preocupada com a avaliação da cidade de Lisboa, “que denota um contínuo foco na individualização dos transportes urbanos” e, tal como outras cidades europeias, não se está a preparar para uma mobilidade sustentável.
O estudo foi feito no âmbito da Campanha Cidades Limpas, uma coligação de organizações europeias de que a Zero faz parte, e que pretende intensificar o combate às alterações climáticas, à poluição do ar e à pobreza de mobilidade, com o objetivo de alcançar uma mobilidade urbana com praticamente zero emissões até ao final da década.
A coligação apresentou o ponto da situação face às soluções de mobilidade partilhada e de emissões zero existentes em 42 cidades europeias, incluindo Lisboa.
A capital portuguesa destaca-se pela positiva pela ampla oferta de trotinetes e bicicletas partilhadas e pelas infraestruturas de carregamento para automóveis elétricos.
No entanto, “nos indicadores de automóveis elétricos partilhados (que representam a disponibilidade de aluguer de carros elétricos partilhados a partir do número total destes veículos) e autocarros emissões zero (medido através da incorporação relativa de autocarros 100% elétricos na frota total de autocarros na cidade), Lisboa classifica muito mal ou mal”, detalha a Zero. A organização realça que está preocupada “na medida em que a mobilidade numa cidade como Lisboa tem de estar estruturada em torno dos meios tradicionais de transporte público”.
Para estes resultados, o estudo mediu o desempenho das cidades numa escala de 0 a 100% em quatro indicadores quantitativos que refletem o estado atual da mobilidade partilhada e de emissões zero em cada uma das cidades, nomeadamente das bicicletas e trotinetes partilhadas, dos automóveis elétricos partilhados, dos autocarros emissões zero e das infraestruturas para carregamento de veículos elétricos.
Lusa