Tudo indica que, de facto, Cristiano Ronaldo vai abandonar o futebol europeu, em troca de um contrato de príncipe das Arábias. Para onde, ainda não se sabe.
Contudo, depois das primeiras notícias da semana passada, o diário desportivo Marca vem esta segunda-feira reforçar esses rumores, garantindo que o clube da Arábia Saudita Al-Nassr ofereceu a Ronaldo um contrato de 2,5 anos que poderá representar um encaixe de US$ 200 milhões anuais. E que CR7 está muito incloinado para o aceitar.
Ainda assim, Piers Morgan, o jornalista que fez a entrevista a CR7 que levou à rescisão por mútuo acordo com o Manchester United, garante que não é verdade que Ronaldo vá para o Al-Nassr, algo que faz alimentar mais a polémica.
Mas a ser verdade, o contrato, que terá por base uma assinatura fixa de pouco menos de 100 milhões de euros e estará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2023, está rodeado de incentivos económicos tão ou mais elevados, através de publicidade que colocarão o português como o atleta mais bem pago do mundo. O valor total da ligação de CR7 com o Al-Nassr será, assim, de cerca de 200 milhões de euros por temporada, segundo o que avança a imprensa desportiva.
A avançar, o contrato terá efeitos a partir de 1 de janeiro de 2023 e tornará CR7 no atleta mais bem pago do mundo.
Esta alegada avultada verba é o grande argumento para Ronaldo deixar o futebol na Europa e se colocar nas mãos de uma nova aventura futebolística. Cristiano Ronaldo, que em fevereiro fará 38 anos, poderá, assim, tornar-se a imagem saudita no estrangeiro num país que procura ter um protagonismo maior no mundo do desporto. De facto, a eventual chegada do jogador tem sido considerada uma questão de Estado, salienta a Marca.
Treinado pelo francês Rudi Garcia, no Al-Nassr jogam ainda o ex-FC Porto Vincent Aboubakar (dos Camarões) e o ex-Benfica, Anderson Talisca (do Brasil).
Para o topo do ranking
Ronaldo cortou oficialmente os laços com a sua equipa da Premier League, o Manchester United, após uma amarga temporada e meia com o clube, logo após Ronaldo atacar o treinador da equipa, Erik ten Hag, e os bilionários proprietários americanos numa entrevista a Piers Morgan que se tornou viral.
Terminado este vínculo e se se confirmar este negócio, Ronaldo, que é o terceiro futebolista mais bem pago do mundo pelas estimativas da Forbes, seguramente subirá ao topo do ranking, contando já que o dinheiro obtido com os patrocinadores de cerca de $ 60 milhões permanecerá estável.
O possível contrato de Ronaldo, nos termos em que tem vindo a público, é comparável aos assinados no início deste ano por jogadores que ingressaram na nova liga LIV Golf, financiada pela Arábia Saudita, com pelo menos seis jogadores, incluindo Phil Mickelson, Cameron Smith e Dustin Johnson, assinando contratos plurianuais de seis dígitos com o LIV.
Investimento a perder de vista da Arábia Saudita
A liga de futebol da Arábia Saudita está longe de ser considerada uma das melhores do mundo, mas a eventual contratação de Ronaldo representa o mais recente esforço da Arábia Saudita para usar os seus bolsos fundos para ganhar espaço no mundo dos desportos.
O fundo soberano da Arábia Saudita doou biliões para financiar o concorrente do PGA Tour, o LIV Golf, roubando vários dos melhores jogadores de golfe do mundo graças a contratos garantidos sem precedentes que os críticos consideram um esforço para o país “lavar” o seu histórico de direitos humanos.
A LIV ofereceu, por exemplo, ao lendário golfista americano Tiger Woods entre US$ 700 milhões e US$ 800 milhões, disse o CEO da nova equipa de golfe, Greg Norman, à Fox News em agosto. Woods rejeitou a proposta e tem sido um crítico ferrenho do LIV.
Apesar da seleção masculina de futebol da Arábia Saudita ter ficado no último lugar do Grupo C do Mundial do Qatar 2022 (duas derrotas e uma vitória), conseguiu uma surpreendente vitória perante a poderosa Argentina, comandada por Messi, levando ao surgimento de relatos de que o governante da Arábia Saudita, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, presenteou cada um dos seus jogadores com um Rolls-Royce Phantom, avaliado em cerca de $ 500.000 cada.
Mais tarde, a equipa negou que tal presente tenha sido dado, embora haja verdade no recente investimento do país no futebol, com as autoridades sauditas a afirmarem que estão a considerar fazer uma oferta para virem a organizar o Mundial de Futebol de 2030, corrida na qual Portugal-Espanha-Ucrânia também se encontram com uma candidatura conjunta.
Como reagirão os patrocinadores?
Um aspeto interessante a acompanhar tem a ver com a reação dos patrocinadores habituais do futebolista português. Irão acompanhar o jogador, caso se mude para o Al-Nassr? A dúvida tem por base o que sucedeu com o golfe: várias empresas de grande envergadura cortaram relações com jogadores de golfe que ingressaram no LIV no início deste ano. Como será com CR7?