A empresária açoriana Patrícia Bensaude Fernandes tem mantido a sua posição estável na lista dos mais ricos da Forbes Portugal. Na edição de 2024, editada no passado mês de dezembro, a empresária situa-se no 34º lugar, com uma avaliação patrimonial de cerca 423 milhões de euros. Apesar de registar um ligeiro crescimento de valor – subiu dos anteriores 406 milhões de euros de avaliação em 2023 – desceu um lugar no ranking, devido ao crescimento da fortuna de outros protagonistas.
Patrícia Bensaude Fernandes é presidente do Conselho de Administração do Grupo Bensaude, um complexo empresarial fundado pela sua família, na ilha de S. Miguel, há mais de dois séculos e que hoje já acumula mais de duas dezenas de empresas, organizadas na Bensaude Participações SGPS. Nela consolidam atividade empresas como a Bensaude SA, a JH Ornellas, a Varela e Companhia, a Bensaúde Turismo, a Bensaude Marítima, a Bensaude Combustíveis, entre outras. A ESA – Energia e Serviços dos Açores e a participação de 10% dos Novo Banco Açores também estão agregadas nesta holding.
A empresária Patrícia Bensaude Fernandes está na 33º posição da lista de 2024 dos mais ricos do país com uma fortuna avaliada pela Forbes Portugal em cerca de 423 milhões de euros.
A família Bensaude instalou-se nos Açores em 1820, vinda de Marrocos. Os irmãos Abraão, Elias e Salomão, que tinham passaporte britânico, iniciaram a sua atividade a título individual, primeiro na área comercial, importando e distribuindo têxteis vindos da Grã-Bretanha e exportando produtos agrícola locais, como a laranja. Aos poucos a atividade foi ganhando dimensão, surgindo assim a primeira empresa, em Ponta Delgada, a Salomão Bensaude e Companhia. E outras se foram juntando, como Fábrica de Tabaco Micaelense, em 1866, conduzindo à constituição de um império empresarial, que esteve ligado até à criação do Banco Totta e Açores, em 1875, marca que desapareceu e foi integrada no grupo Santander. Já no início do século XX a família esteve na oriegm da fundação da União das Fábricas Açoriana de Açúcar, e em 1937 inaugura o primeiro campo de golfe, nas Furnas.
Negócio em contínuo crescimento
Em 1951, o Grupo Bensaude adquire a J.H. Ornelas, uma empresa ligada ao abastecimento de combustível, – mas que atualmente já diversificou para outras áreas da distribuição – e alarga a sua atividade ao setor automóvel e à distribuição e comércio e em 1979 entrou no negócio dos seguros, criando de seguida a Bentrans, empresa logística que presta serviço via terrestre, marítima e área em todas as partes do mundo.
Mais recentemente reforçou o seu investimento na área hoteleira – já tinha entrado no turismo em 1934, com a criação do Hotel Terra Nostra -, detendo atualmente 10 hotéis nas ilhas de S. Miguel, Faial e Terceira. O grupo é detentor ainda da Açoreana, uma empresa para viagens e cruzeiros, e a Wayzor Rent a Car. Esta já é uma das áreas de negócio que mais contribui para a fortuna familiar.
Outra atividade importante nos negócios do grupo é a área da distribuição e do retalho, através da qual explora diversas marcas. No retalho, por exemplo, o grupo representa no arquipélago marcas do Grupo Sonae, como a Continente, a Meu Super, a MO, a Wells, a Worten, a Bom Bocado, a Note e a Bagga. Este negócio inclui cerca de 70 lojas distribuídas pelas ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira, Faial e Pico. Detém ainda várias lojas da Beltrão Coelho Açores, e da Sportssense, que representa a Sports Zone no arquipélago. Na distribuição grossista representa, através da Retailors, marcas como a Nestlé, Sovena, Longa Vida, e a José Maria da Fonseca.
A revista Forbes Portugal lançou a sua lista na edição de dezembro/janeiro, agora em banca. Conheça também aqui a análise feita às maiores fortunas nacionais, a metodologia aplicada nas avaliações e também o top 10 das maiores fortunas nacionais.
