A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu uma aposta europeia no hidrogénio ‘verde’, anunciando o primeiro leilão do Banco Europeu do Hidrogénio e um investimento de dois mil milhões de euros no Brasil.
“Estamos a investir em vales de hidrogénio, comboios de hidrogénio e fábricas de aço limpo e já autorizámos mais de 17 mil milhões de euros em auxílios estatais para cerca de 80 projetos de hidrogénio em toda a UE, mas esta semana vamos dar o passo seguinte, lançando o primeiro leilão do Banco Europeu do Hidrogénio”, anunciou Ursula von der Leyen.
Intervindo numa mensagem em vídeo na Semana Europeia do Hidrogénio 2023, que decorre em Bruxelas, a líder do executivo comunitário apontou que este novo banco “é apoiado por 800 milhões de euros de financiamento europeu e, mais importante ainda, atrairá financiamento do setor privado e resultará em acordos comerciais de compra e venda”.
A ideia é que, com este banco anunciado há um ano, a Comissão Europeia assegure um financiamento necessário inicial de três mil milhões de euros para cobrir o risco da compra e venda de hidrogénio ‘verde’.
Para a primavera de 2024, está prevista a segunda ronda de leilões do Banco Europeu do Hidrogénio, acrescentou Ursula von der Leyen.
Já falando na sua intervenção sobre “o desenvolvimento de um mercado global para o hidrogénio limpo”, a presidente da Comissão Europeia anunciou a “construção de um dos maiores projetos de hidrogénio do mundo, no Estado brasileiro do Piauí”, projeto que faz parte de um investimento europeu de dois mil milhões de euros na cadeia de valor do hidrogénio no Brasil.
Atualmente, o hidrogénio representa cerca de 2% do cabaz energético da UE e praticamente todo o existente (95%) é produzido por combustíveis fósseis, que libertam anualmente entre 70 a 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2).
O hidrogénio ‘verde’, por seu lado, é proveniente de fontes renováveis, pelo que não emite CO2 e liberta quantidades diminutas de poluentes atmosféricos.
Pode ser utilizado como matéria-prima, combustível e vetor de transporte ou armazenamento de energia e aplicado nos setores da indústria, dos transportes, da energia e dos edifícios.
Há cerca de duas semanas, o primeiro-ministro, António Costa, pediu a demissão ao Presidente da República, que a aceitou.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo sobre negócios de lítio e hidrogénio terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos projetos investigados.
Lusa