A nova geração de surfistas portugueses é promissora. Que talentos, femininos e masculinos, mais destaca?
Frederico Morais (FM): Acho que, neste momento, é realmente importante dar destaque ao nosso surf feminino, a evolução e as alegrias que nos têm dado são gigantes.
Não posso estar mais orgulhoso da Francisca Veselko e da Teresa Bonvalot pelo esforço e dedicação que têm mostrado ao longo dos últimos anos.
São duas atletas que considero amigas e tenho o prazer de viajar com elas na seleção e em alguns campeonatos e hoje em dia são exemplos para mim.
Foi, até agora, o único português a competir no Campeonato mundial de surf. Qual é a sua aposta para ser o seu sucessor, como o segundo português a disputar o Campeonato mundial de surf, a WSL?
FM: Sinceramente neste momento acho que ainda não há nenhum atleta masculino sólido, a entrada no Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL), é muito dura, a Teresa por exemplo sabe disso. É estar à porta muitas vezes e mesmo assim não entrar. Este caminho é longo e é feito de consistência e persistência. Tenho a certeza que a nova geração tem qualidades para isso só resta motivá-los a embrenharem-se.
Peniche, em março, recebe a 3ª de 10 etapas do WSL. Quem acha que poderá vencer aqui e em quem mais acredita que pode vir a ter mais condições de ser campeão do mundo este ano?
FM: É muito difícil escolher um nome, são 32 surfistas e todos eles têm uma hipótese de ganhar qualquer uma etapa, existem sempre os favoritos, mas nunca se pode descartar os outros! Se tiver de torcer irem sempre apoiar os surfistas que me são mais próximos, Ryan Callina, Gabriel Medina, Léo Fioravanti, Ethan Ewing e o Ramzi Boukiam são os meus companheiros de tour.
É também embaixador do Oceanário num projeto que pretende sensibilizar as crianças para a necessidade de conservação dos oceanos. Quando fala às crianças, qual é a informação que transmite no seu discurso que nota que mais deixa surpreendidos os mais novos?
FM: Eu começo sempre por contar a minha história que implica enumerar viagens pelo mundo sozinho desde os 14. Aqui todos ficam muito surpreendidos ou quando digo que acordo todos os dias as 5:30 da manhã para procurar ondas, quando digo que nadei com tubarões acham que sou muito valente, mas rapidamente percebem que também tenho medos.
Qual o seu objetivo para esta temporada 2023?
FM: Conseguir sensibilizar o máximo de jovens com o Kikas School Tour, um projeto do Oceanário e da Fundação Azul que visa sensibilizar os jovens para a urgência de preservar os oceanos, e voltar ao WCT (World Championship Tour), claro!
Leia na edição da Forbes o resto da entrevista a Frederico Morais.