O investimento na área de segurança no nosso país deverá alcançar os 371 milhões de euros no final de 2024, o que representa um crescimento de 10% face ao volume atingido no ano anterior. As previsões são da IDC – International Data Corporation, estimativas que apresentou no seu evento IDC Security Roadshow realizado hoje em Lisboa. A multinacional, que é liderada em Portugal por Gabriel Coimbra, avançou ainda que as categorias que terão um maior peso neste investimento serão a de Managed Services, com um total de 72,67 milhões de euros, a de Analytics Software, com uma fatia de 62,5 milhões de euros e, por fim, a de Endpoint Software, com uma parcela de 50 milhões de euros.
A organização, que é um dos principais fornecedores de inteligência de mercado, consultoria e serviços para os mercados de tecnologias da informação, telecomunicações e tecnologia de consumo, alerta que a segurança das infraestruturas é fundamental para as organizações, sendo que a segurança da informação torna-se ainda mais complexa com a atual integração da Inteligência Artificial (IA).
A confiança na tecnologia IA é ainda baixa e para superar esta lacuna é fundamental construir uma ponte entre segurança e IA, com base na confiança e na transparência.
Gabriel Coimbra, vice-presidente do grupo e country manager em Portugal, diz a propósito que: “A segurança das infraestruturas continua a ser a principal área de investimento para as organizações europeias e portuguesas, uma vez que é crucial proteger os ativos de TI – como dados, aplicações, redes e dispositivos –, em conformidade com os departamentos de tecnologia e jurídicos das empresas”. Salienta ainda que “A falta de proteção desses ativos pode resultar em violações graves, afetando a confiança de clientes, parceiros e stakeholders, e levar à perda de vantagem competitiva e de lucros para a empresa. Por isso, as organizações estão a reavaliar e a fortalecer proactivamente a sua resiliência cibernética para garantir altos padrões de segurança”.
De acordo com a consultora, a confiança na tecnologia IA é ainda baixa e para superar esta lacuna é fundamental construir uma ponte entre segurança e IA, com base na confiança e na transparência.
Durante o evento, que decorreu hoje em Lisboa, a empresa avançou ainda com 10 previsões que vão influenciar a confiança na IA, durante 2024, segundo o estudo “Worldwide Future of Trust 2024 – IDC Predictions”.
Conheça a seguir as 10 previsões:
1 – Até 2024, 35% das empresas presentes no G2000 – as duas mil maiores empresas de capital disperso em bolsa, segundo a Forbes – irão implementar a IA Generativa em dados primários nos seus SOC (Security Operations Center) para deteção e resposta a analistas de nível superior, enquanto resolve preconceitos, privacidade e aprendizagem reforçada.
2 – Até 2026, 45% das grandes e médias organizações irão adotar soluções de deteção e resposta de identidade, devido à IA Generativa.
3 – Os estados que representam 20% da população dos EUA vão introduzir, até 2026, leis para restringir e gerir a utilização de tecnologias deepfake, tais como vídeo, voz, imagens e ainda voz e imagens geradas por IA.
4 – Até 2026, 30% das organizações pretendem utilizar a IA para melhorar a privacidade dos dados através do uso de anonimização de dados, encriptação, deteção de anomalias e técnicas de ML de preservação da privacidade.
5 – Cerca de 80% das grandes organizações vão ter, até final de 2024, estendido as suas implantações de DLP (Prevenção de Perda de Dados) para ambientes IA Generativa para evitar violações de privacidade e violações de dados.
6 – Até ao final do ano, 50% das organizações do G2000 terão de demonstrar práticas de soberania digital alinhadas com a legislação local sobre processamento, armazenamento, classificação e gestão de dados.
7 – Cerca de 40% das organizações vão utilizar, até 2026, soluções de risco e conformidade para monitorizar continuamente os dados em tempo real para prever a não conformidade interna ou de associações de terceiros.
8 – Até 2027, 50% das organizações pretende utilizar modelos de quantificação para atribuir um valor em dólares aos riscos cibernéticos.
9 – Até 2026, 20% das organizações vão utilizar uma plataforma de cibersegurança proactiva que agrega as exposições ao risco para classificar e dar prioridade ao risco de cibersegurança na totalidade, em vez de uma ferramenta isolada.
10 – Até 2025, 75% das empresas do G2000 vão ter implementado conselhos de revisão para supervisão da gestão do uso ético e responsável da IA.