Como não poderia deixar de ser, num evento com tantas mulheres de sucesso nas mais variadas áreas, a influência juntou-se à conversa na Forbes Women’s Summit. Em palco três nomes que são presença assídua nos rankings da Forbes Portugal ligados às redes sociais: Margarida Corceiro, Mia Rose e Rita Pereira.
A moderar o painel, Mia Rose lançou o primeiro tema. Com milhões de seguidores em conjunto, será necessário adaptar o discurso às várias gerações que as acompanham?
“Não, não adapto nada. O meu público-alvo é maioritariamente entre os 18 e os 25 anos, eu falo naturalmente para as pessoas da minha idade. A partir do momento em que há demasiada preocupação deixa de ser genuíno e orgânico”, considerou Margarida.
Rita considera que, no seu caso, seria muito difícil adaptar, tendo em conta que é seguida por pessoas de várias faixas etárias. “Devido ao facto de já ser atriz há muitos anos o meu público é um bocadinho dos oito aos 80. Quando vejo as estatísticas vejo que se baseia mais dos 15 aos 44. Mas eu não penso muito nas estatísticas que me aparecem no Instagram porque antes as minhas estatísticas eram as pessoas na rua. Eu gosto um bocadinho de ser à moda antiga e manter-me nas estatísticas das pessoas da rua. Se tenho preocupação com aquilo que digo? Tenho. Mas acima de tudo sou natural, autêntica. Quando abordo temas um bocado mais complicados ou mais específicos penso duas vezes naquilo que vou dizer, mas não mudo a minha opinião”, disse.
Mia teve uma experiência um pouco diferente, pelo menos ao início. Pioneira nisto das redes sociais, foi a primeira portuguesa a conseguir vingar graças ao Youtube e sempre esteve na linha da frente para experimentar uma nova plataforma. “No início não sabia o que era o Instagram, tirava fotos aleatórias sem sequer saber que aquilo ia para o mundo. Nessa altura não fazia ideia. Eu não mudo quem sou, não adapto em termos de estatísticas porque cada vez menos me importo. As pessoas que eu sigo são elas próprias. A única coisa que tenho mesmo cuidado é aquilo que comunico. Isto são os básicos”, considerou.
Da mesma forma que mantêm um discurso fiel aos seus valores, também escolhem as plataformas onde estão presentes de acordo com o que lhes faz sentido e não o que está na moda no momento.
Um ponto em que as opiniões divergiram ,foi em relação ao tópico “responder a comentários negativos, sim ou não?”.
Margarida afirmou que é muito raro responder a esses comentários, até porque acha que “as pessoas ficam felizes” quando percebem que o seu comentário negativo foi lido, o que torna a situação pior. E depressa brincou: “A Rita responde”, lembrando algumas das respostas que a atriz deu quando menos se esperava.
“Respondo quando acho que aquela pessoa tem de ser educada e eu posso ensinar-lhe alguma coisa. Quando atacam a minha família, o meu filho, racismo, machismo. Aí gosto de me manifestar. Temos de ter uma palavra em relação a determinados assuntos. Ensinar que há alguém do outro lado que também é um ser humano, que também tem sentimentos. Eu sou forte, mas também tenho sentimentos”, disse Rita.
A atriz partilhou ainda um exemplo recente. Há uns dias um senhor que deveria ter entre 60 e 70 anos comentou uma das fotos de Rita Pereira. “És gorda”, “não devias ter um filho” ou “és horrorosa” foram algumas das coisas que a atriz foi obrigada a ler. O que fez? Depois de ver que a pessoa tem uma filha, enviou-lhe o comentário do pai a avisar que talvez ele precise de algum apoio neste momento.
Para Mia, responder a esses comentários exige uma dose de coragem que a cantora nem sempre tem. Até porque no final quem sofre com essa atitude é ela própria. “Fico com uma culpa enorme”, admitiu.
Além de influenciadoras digitais, as três confessaram ser também elas seguidoras de outros influenciadores. Ou apenas pessoas, como Rita optou por assinalar.
“Eu já sigo influencers desde que sou mais nova e hoje em dia continuo a seguir. Acho que é importante, ficamos a par dos conteúdos das outras pessoas e é uma forma de nos inspirarmos em outras mulheres incríveis”, disse Margarida.