Sarah Angel é designer de Moda e criativa luso-americana que está a conquistar o mundo da Moda em Nova Iorque. Focada no seu objetivo desde cedo, Sarah revela à FORBES o seu percurso profissional, e como começou a trabalhar para algumas das maiores marcas de renome internacional.
Apesar de atualmente residir em Manhattan, Nova Iorque, nasceu e cresceu em Oslo, na Noruega. Filha de mãe portuguesa e cidadã nacional, mudou-se para os Estados Unidos em 2010 para seguir o seu sonho de se tornar designer de Moda e foi premiada com um ‘Critic Award’ com a sua tese de conclusão de curso na faculdade. Dez anos depois de ter começado a trabalhar, já passou pela Ralph Lauren e é hoje designer na marca Theory.
Hoje, Sarah move-se por querer tornar o mundo no lugar mais positivo, e fala-nos na importância de sair da nossa zona de conforto. Com uma energia contagiante e uma filosofia de vida inspiradora, Sarah motiva-nos a tomar os passos necessários para seguirmos os nossos sonhos.
Sarah hoje trabalhas com nomes e marcas de renome, e manifestas um conhecimento profundo deste setor. Como começou esta paixão por Moda?
Sarah Angel (S): Quando era mais nova, ainda antes de saber o que era ser designer de Moda, estava constantemente a desenhar sapatos e roupa. Eu e a minha melhor amiga de infância passávamos horas a desenhar bonecas, que depois recortávamos e vestíamos com roupa ‘escultórica’ criada por nós. Sempre adorei desenhar e considero-me bastante criativa. Mas diria a influência das minhas avós também acabou por ter um impacto no meu percurso.
Quando era mais nova, ainda antes de saber o que era ser designer de Moda, estava constantemente a desenhar sapatos e roupa.
S: A minha avó materna é artista, pintora e ilustradora. Já do meu lado paterno, a minha avó cosia e fazia muita da minha roupa e das minhas irmãs. Sou a mais velha de sete irmãs, todas raparigas. Usávamos vestidos iguais, feitos por ela, mas de cores diferentes. Quando era adolescente íamos juntas às compras e depois passávamos tempo a ajustar as roupas aos nossos corpos. Apercebi-me que isto era algo possível desde muito nova e ficava fascinada pelo processo. A minha mãe, as minhas irmãs, tios e primos são muitíssimo criativos e, por isso, cresci num ambiente em que sempre pude explorar essa minha vertente.
Em 2010, começaste a frequentar a conhecida Fashion Institute of Tecnology (FIT), a universidade por onde passaram designer de Moda como Norma Kamali, Calvin Klein e Michael Kors. Foste também uma aluna excecional quando lá estiveste. Foi óbvio para ti que os Estados Unidos, e em particular Nova Iorque, era o local indicado para seguires este teu sonho?
S: Acho desde cedo me apercebi que não podia continuar em Oslo, na Noruega, se tencionava, como queria, trabalhar com grandes marcas. Na FIT fui sempre uma aluna afincada e tento ser uma perfecionista em tudo o que faço. Consegui, por isso, ter sempre muito boas notas enquanto estava no ensino secundário, em Oslo, e pensei logo em ir para fora, até para explorar um pouco mais do mundo. Vivo em Nova Iorque há mais de uma década agora e considero-me mais Nova Iorquina que outra coisa qualquer, mas sou também metade norueguesa, ¼ espanhola (naturalizada portuguesa) e ¼ colombiana. Acho que esta diversidade sempre me acompanhou e, com ela, a vontade de viajar pelo mundo e de me assumir como uma mulher cosmopolita.
Sempre fui uma aluna exemplar, e tento sempre ser uma perfecionista em tudo o que faço.
S: Em 2010, entrei para a FIT, em Nova Iorque, onde fiz a minha licenciatura em Design de Moda (Fashion Design), com especialização em roupa de malha (knitwear). Apesar de ser uma ‘public college’ norte-americana, a FIT é considerada uma Universidade de topo e por isso a Faculdade conta já com um corpo docente que inclui designers reconhecidos, que fazem parte do nosso legado, tanto como professores como enquanto alumni. Sempre fui, quase que acidentalmente, uma overachiever e senti que para ter o sucesso que queria, teria de estudar lá. Esforcei-me muito para isso, e lembro-me de atingir o máximo número de créditos possíveis, todos os semestres. O esforço que fiz, e o meu empenho, valeram a pena.
Sempre fui, quase que acidentalmente, uma overachiever.
Sentes que, durante os teus estudos, já vivias para esse mundo? Que respiravas, de certa forma, a Moda e todo este mundo criativo?
S: Completamente. Eu sinto que praticamente vivia no campus da Universidade, estava sempre a trabalhar e a tentar aprender o máximo possível sobre este mundo que me fascina. Apesar de a minha licenciatura ser um Bachelor of Fine Arts em Design de Moda, com uma especialização em roupa de malha (knitwear), tenho também três minors (estudos complementares ao da licenciatura, que dão créditos extra): em História da Arte, em Espanhol e em Italiano. Adoro aprender e depressa percebi que estava no local ideal para isso. Ter a oportunidade de o fazer deu-me sempre imensa motivação para continuar.
Eu sinto que praticamente vivia no campus da Universidade, estava sempre a trabalhar e a tentar aprender o máximo possível sobre este mundo que me fascina.
Estavas, portanto, num meio muito competitivo, mas sempre a querer mais. Também aproveitaste para estudar em Milão, em Erasmus, durante a tua licenciatura. Mais uma vez noutra escola de renome internacional.
S: Sim, decidi estudar um ano em Milão, em Itália, como parte da minha licenciatura. Estudei um ano no Politecnico di Milano. Olhando para trás, percebo que grande parte do meu percurso se deve a essa escolha. Quando me candidatei para ir para Milão, tive de me especializar em roupa de malha, porque era o único programa que ainda tinha vagas abertas.
Foi assim que decidiste a tua especialização em knitwear?
S: Sim! Tudo me interessava imenso, na realidade, mas sabia que para ir para Milão, tinha de me especializar nessa área em concreto. No FIT uma licenciatura dura 4 anos, como é de regra nas Universidades norte-americanas. Os primeiros dois anos são mais ‘gerais’, onde aprendemos a coser, a fazer ilustrações de Moda, história da Moda, etc. Os dois anos seguintes são mais focados em áreas à nossa escolha. Foi, por exemplo, possível optar por uma especialização em vestidos de noite, roupa de criança, roupa interior; ou, como no meu caso, roupa de malha. Existiam várias alternativas, mas a rota que escolhi levou-me, por um tempo, a solo europeu.
Como foi estar de volta à Europa depois de dois anos na ‘Big Apple’?
S: Adorei. Estar na Europa é um sonho. Há uma enorme facilidade em viajar entre países, e Milão é das capitais mais importantes para o meu setor. Estudar no Politecnico abriu-me imensas portas. Foi uma experiência que me marcou muito.
E foi depois de voltares de Itália, e no ano da conclusão do teu curso, que foste a recipiente de um prémio na FIT, prémios esses que são atribuídos por um designer já estabelecido. O prémio foi-te entregue pela Alexa Chung. O que significou isso para ti e como foi o processo de escolha dos vencedores?
S: Sim, quando voltei continuei os meus estudos e fui uma das vencedoras de um prémio da minha Universidade, intitulado ‘Critic Award’. Para a atribuição do prémio do último ano são sempre escolhidos pela FIT vários ‘críticos’ (que são designers de Moda), que acompanham o processo da criação de peças nossas. A especialista que nos ‘supervisionou’ nesse ano era designer para o 3.1 Phillip Lim e escolheu o meu trabalho para ser premiado. Ter recebido um prémio que reconheceu o meu esforço enquanto aluna de Moda foi muito gratificante. Lembro-me de estar felicíssima e surpreendida com esta distinção.
Fui uma das vencedoras de um prémio da minha Universidade, intitulado ‘Critic Award’.
Mas não te ficaste por aí… mais do que só esse feito extraordinário, há que acrescentar o facto de também teres desenvolvido o teu próprio material, que é único, razão pela qual também te destacaste na Moda desde cedo. Mais, ainda, foste, também, colocada em destaque num livro de Moda anual dedicado a designers de Moda emergentes.
S: Sim. Quando ainda estudava fui exposta a vários matérias, tecidos e técnicas diferentes. A criação, ou invenção, de um novo material de tecido, é fruto de ideias e necessidades que tive. Na universidade, os ateliers de costura tinham um horário muito mais alargado do que os ateliers designados a knitwear. Eu usava as máquinas de que precisava para a minha malha até fecharem esse atelier e, de seguida, corria com as minhas peças para o atelier de costura. Desenvolvi um híbrido curioso de técnicas e materiais, devido aos curtos horários dos espaços designados para a minha especialidade.
A criação, ou invenção, de um novo material de tecido, é fruto de ideias e necessidades que tive. Acabei por desenvolver uma nova estrutura têxtil, um híbrido curioso de técnicas, devido aos horários curtos dos espaços designados para a minha especialidade.
E como foi a tua transição para o ‘mundo real’, quando acabaste o teu curso? Conseguiste arranjar trabalho de imediato como designer, visto que conseguir lugar numa equipa de fashion design é uma posição competitiva na cidade?
S: Sim, arranjei trabalho duas semanas depois de terminar a minha licenciatura. Lembro-me de me sentir ansiosa quanto às minhas opções de trabalho assim que me licenciei, mas tive muita sorte – ou pontaria. A minha especialização é muito niche, muitíssimo técnica, e sem experiência direta na área – que os designers normalmente não costumam seguir – é extremamente difícil fazer o que quer que seja. Há muita procura para designers de Moda em roupa de malha, é uma posição com muita saída. Sinto que a minha transição foi agilizada, de certa forma, por ter tido trabalho de imediato, mas reconheço a competitividade do setor.
A minha especialização é muito niche, muitíssimo técnica, e sem experiência direta na área – que designers normalmente não costumam seguir – é extremamente difícil fazer o que quer que seja.
E alguma vez quiseste explorar outra, ou outras áreas, dentro da indústria?
S: Sim, gosto de experimentar coisas novas. O facto de ser um trabalho muito técnico envolve muita dedicação do meu lado e uma atenção redobrada ao detalhe, de uma forma quase ‘intrínseca’ e até às vezes extenuante. Já pensei em explorar outras vertentes que não esta, e gostava também dessa oportunidade. Sinto que ao meu nível – tenho já uma carreira de quase 10 anos –, sou ainda procurada pela minha técnica, por ser muito exigente no meu trabalho, mas gostava de ter a oportunidade de ramificar e diversificar um pouco. Para mim a Moda é, também, experimentar e arriscar: é um moving target, e isso motiva-me.
Para mim a Moda é, também, experimentar e arriscar.
É assim que definirias o mundo da Moda? E será isso que mantém ainda hoje empenhada e tão interessada na tua área?
S: Acho que experimentar e arriscar é essencial. Digo sempre que se conseguimos imaginar uma peça, conseguimos criá-la. É a premissa do design de Moda. É algo fascinante, um mundo cheio de possibilidades que nunca termina. O mesmo acontece com a curva de aprendizagem daqueles que se aventuram por este caminho: é um poço sem fundo. Estou constantemente a apreender, especialmente no que diz respeito ao alargamento da minha área. Existem sempre novas técnicas, máquinas ou malhas por explorar. Temos um mundo à nossa volta, e entusiasma-me descobri-lo, desvendá-lo…
Digo sempre que se conseguimos imaginar uma peça, conseguimos criá-la. É a premissa do design de Moda.
S: Tudo isto faz com que o meu interesse se mantenha firme. Nunca me farto do meu trabalho porque há sempre inovações. É uma indústria que às vezes se repete, se repisa, mas sempre de forma inovadora e isso requer uma aprendizagem constante. Moda é, também, uma maneira de me expressar e no fundo isso não tem fim.
Em 2015, juntaste-te à equipa de designers da conhecida Ralph Lauren, em Nova Iorque. Como foi fazer parte de uma casa tão importante nesta indústria?
S: Sim. Fui convidada para uma entrevista com eles, e pediram-me que lhes desenhasse um projeto para verem do que eu seria capaz. Fi-lo e acabaram por me oferecer um trabalho com eles. Comecei por ser Associate Designer, em 2015, e desenhava roupa de mulher para a linha POLO deles. Acho que o Ralph Lauren é um designer icónico e fiquei orgulhosa de fazer parte da equipa. Nessa altura, o próprio Ralph estava muito envolvido na linha Polo Ralph Lauren e tivemos várias reuniões juntos, presididas por ele. Como calculas, isso para mim foi um momento surreal da minha carreira. Mais tarde fui promovida a Designer e lá fiquei durante cinco anos.
O próprio Ralph estava muito envolvido na linha Polo Ralph Lauren e tivemos várias reuniões juntos, presididas por ele.
Uma experiência única para uma recém-licenciada… Como foi entrar logo para uma das grandes marcas, que em tanto dita o que é ou não Moda?
S: Certamente. É uma marca muito focada em heritage. É uma escola muito autêntica de aprendizagem, onde aprendemos padrões e técnicas de costura tradicionais. Acho que é difícil ter uma melhor oportunidade logo no início da carreira. Lembro-me de trabalhar numa única peça para uma linha POLO que não chegou a ir para produção, mas que em todo caso apareceu na edição de setembro da Vogue britânica, no ano seguinte. Já vi a Bella Hadid e outras celebridades a usar peças da Ralph Lauren desenhadas pelo meu departamento. É sempre compensador e muito gratificante ver peças por nós pensadas ou trabalhadas no ‘mundo real’.
Mas com a pandemia, o teu trajeto profissional mudou um pouco, saíste de Nova Iorque e decidiste enveredar pelo empreendedorismo.
S: Durante a pandemia a minha vida acabou por mudar, como a de tanta gente. Decidi sair de Nova Iorque durante um ano. Quando era seguro fazê-lo, viajei um pouco e acabei por passar muito tempo a pensar e a refletir sobre a minha vida. Sempre me assustou dar passos noutras direções, especialmente depois de me ter dedicado tanto tempo à minha carreira de design de Moda.
Durante a pandemia a minha vida acabou por mudar, como a de tanta gente.
S: Foi nesta altura que me deixei explorar outros projetos que nunca antes tinha considerado na sua totalidade, como o Say It With Lights: uma conta de Instagram que criei, dedicada a tudo relacionado com luzes néon. Ao fazê-lo acabei por descobrir outra indústria fascinante. É uma indústria muito liderada por mulheres, o que para mim é uma inspiração. A minha conta de Instagram chegou a ter 50 mil seguidores, organicamente, e durante a pandemia dediquei muito do meu tempo à conta. Criei uma empresa, um website, e comecei um negócio com o mesmo nome.
A minha conta de Instagram chegou a ter 50 mil seguidores.
Mas com a reabertura do mundo, pós-pandemia, decidiste voltar para Nova Iorque. Acabaste por ‘abandonar’ esse projeto. Tencionas voltar a explorar a tua vertente de enterpeneur?
S: Sim, acabei por perceber que queria voltar para Nova Iorque e para a indústria da Moda e que queria fazê-lo rapidamente. Acho que o ter tornado o meu hobby – a conta de instagram Say It With Lights – num negócio, tornou-o menos apetecível, de certa forma. A dinâmica da minha paixão mudou. Tentei tornar a minha conta numa plataforma de positividade e tive sucesso quando o fiz. Aprendi imenso por tentar e sair da minha zona de conforto. Foi o meu first taste de ser uma enterpeneur. Não o considero um erro, mas sim pura aprendizagem.
Ainda hoje tenciono voltar a ter uma plataforma que encoraje outros a ver o mundo de maneira mais positiva.
S: Ainda hoje tenciono voltar a ter uma plataforma que encoraje outros a ver o mundo de uma maneira mais positiva. Acho que todos devíamos arriscar, sair da nossa zona de conforto, e enveredar por mundos diferentes a que os nossos sonhos nos levam.
No início de 2022 juntaste-te à equipa de design da Theory, outra marca de Moda conhecida e que está a dar que falar. Quando é que vamos conseguir ver o teu trabalho?
S: Sim, eu juntei-me à marca no fim de Janeiro desse ano, enquanto a equipa estava a finalizar a sua coleção resort e a começar a desenhar a coleção Primavera 2023. Esta última está agora em lojas e estamos atualmente a trabalhar para as coleções de primavera e verão do próximo ano. O processo de desenhar uma coleção por inteiro, desde o início até à sua chegada a lojas, dura cerca de um ano, pelo que poderão ver mais do meu trabalho nessa altura.
E quem consideras as tuas maiores influências do mundo da Moda?
S: Gosto muito da alemã Jil Sander. A Rei Kawakubo sempre me fascinou também. E, claro, a Miuccia Prada. Aprecio muito quando uma mulher desenha peças para outras mulheres. A abordagem tende a ser um pouco diferente e é essa a intenção. Outros, mais contemporâneos, que gosto, são Elin Kling com Totême, Cate Holstein com Khaite, e Mary-Kate e Ashley Olsen com The Row.
E tens conselhos para novos designers de Moda?
S: A indústria, em boa verdade, é mais pequena do que parece. A imagem de gigantismo que temos é um subproduto da publicidade e dos media. Ainda hoje, em entrevistas de trabalho, me perguntam sobre com quem trabalhava no meu primeiro estágio – todos se conhecem. E, nas ‘aldeias’ tudo se sabe. Acho, por isso, importante dar sempre o nosso melhor e mostrar uma forte dedicação ao trabalho, logo, desde o início. Não há perdas de tempo e ainda bem que assim é. Oportunidades que parecem insignificantes ou pequenas, são aprendizagem na mesma. Tive trabalhos que não adorei, mas com eles aprendi sempre imenso.
Acho, por isso, importante dar sempre o nosso melhor e mostrar uma forte dedicação ao trabalho, logo, desde o início. Oportunidades que parecem insignificantes ou pequenas, são aprendizagem na mesma.
S: Também acho importante mencionar que é normal questionarmos as nossas escolhas e o nosso progresso na carreira. É saudável; são ossos do ofício que vamos ganhando; e divertimo-nos, variando aqui e ali. Hoje em dia temos para isso todo um ecossistema: podemos aprender imenso online – no YouTube, por exemplo. Aí e noutros sites, há tutoriais para tudo, e isso é muito especial e uma oportunidade a não perder. Oferece-nos a possibilidade de expor o nosso processo de aprendizagem em plataformas digitais, lançando um arco amplo. Acho que mesmo aqueles que acham que não estão rodeados das ferramentas necessárias para ingressar no mundo da Moda – ou noutros sonhos quaisquer – deviam apenas começar e dar pequenos passos na direção certa. Sair da zona de conforto e começar. Take action. Um passo pequeno na direção certa é apenas o começo.
Dados importantes
Quem é: Sarah Angel
Onde está: Manhattan, Nova Iorque
Contactos: www.sarahangel.com
LinkedIn: www.linkedin.com/in/sarah-angel-designer