Angola iniciou esta segunda-feira a passagem gradual da presidência rotativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para São Tomé e Príncipe, com o chefe da diplomacia angolana a prometer não deixar o arquipélago sozinho no seu mandato.
“Esse é um exercício de estafetas. Corremos, [mas] não vamos deixar a chama a São Tomé e Príncipe sozinho, porque também nesta reunião nós abordamos a questão da ‘troika’, a forma como a organização deve velar de forma a que a organização que sucede a outra possa continuar a apoiar a quem preside e quem virá comece já a ver com um pouco mais de profundidade o que acontece na organização”, disse Téte António, após uma cerimónia na capital são-tomense.
Segundo o ministro das Relações Exteriores angolano, o ato serviu também para passar em revista o que foi a presidência angolana, que teve o tema “Construir e fortalecer um futuro comum e sustentável”, e que terminará formalmente em 27 de agosto, durante a cimeira de São Tomé.
“Insistimos sobre os aspetos económicos que a organização deve comportar, introduzimos o pilar económico, o departamento dos assuntos económicos dentro do secretariado, também trabalhámos na revisão do estatuto dos observadores associados, e há um processo de regulamento interno que foi iniciado e com certeza vai ser continuado por São Tomé e Príncipe”, recordou o chefe da diplomacia angolana.
O ministro dos Negócios Estrangeiros são-tomense, Alberto Pereira, sublinhou que as atividades de preparação da cimeira e da presidência da CPLP não começam nem terminam no dia da reunião dos chefes de Estado e de Governo.
“A CPLP é uma organização evolutiva, os dossiês poderão iniciar-se numa presidência e continuar para uma outra presidência. Portanto, a cimeira será o marco onde haverá a passagem oficial de um Estado para o outro”, disse.
“Tivemos conhecimento de vários dossiês, muitos que foram iniciados pela Presidência angolana, e como não podia deixar de ser terão continuidade com a presidência são-tomense. Tivemos aquela disponibilidade de Angola que foi manifestada em continuar a trabalhar connosco para que a nossa presidência possa ser uma presidência também com muito sucesso”, sublinhou o chefe da diplomacia são-tomense.
A cerimónia de passagem gradual da presidência de Angola acontece cerca de um mês antes de São Tomé e Príncipe acolher a XIV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP.
São Tomé e Príncipe sucede a Angola na presidência rotativa da organização, por um período de dois anos, sendo a “Juventude e Sustentabilidade” o tema escolhido pelo país lusófono para o biénio de 2023 a 2025.
Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-Membros da organização lusófona.
Os embaixadores angolanos Maria Cuandina Tchilepa de Carvalho, directora Europa do Ministério das Relações Exteriores, e Francisco Oliveira Encoge, representante da missão permanente de Angola junto da CPLP em Lisboa, também participaram na cerimónia na capital são-tomense.
Lusa