Várias personalidades, em nome individual ou em nome das instituições que representam, têm manifestado pesar em relação ao desaparecimento de Rui Nabeiro, uma figura única no panorama empresarial português.
“Para uns Comendador, para outros Sr. Rui, para todos nós uma pessoa verdadeiramente inspiradora que fez da sua vida e paixão pelo café um exemplo para todos os Portugueses. Único nas suas qualidades humanas e nos seus valores, deixa-nos um legado de generosidade, empatia e proximidade. Até sempre Sr. Rui”, escreve a Delta Cafés.
O Presidente da República lamenta a morte do empresário Rui Nabeiro, considerando-o “um precursor” que “construiu uma marca global, como há poucas no nosso país, mantendo sempre a sede e o coração da sua atividade em Campo Maior, terra onde nasceu e onde deixa um generoso legado.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que “num tempo económica e socialmente desafiante, o exemplo de Rui Nabeiro, na sua preocupação social e participação cívica, com a comunidade e com o país, devem ser um exemplo e uma inspiração para todos quantos podem devolver à sociedade um pouco daquilo que esta lhes deu”.
António Costa, Primeiro ministro, vê em Rui Nabeiro “um exemplo de cidadania e humildade. De responsabilidade social e de paixão pela sua terra. Uma vida em prol da comunidade”.
Para António Costa, “o legado do Comendador Rui Nabeiro ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país. O seu percurso foi inspirador, pela força, energia e sempre o sonho de fazer acontecer”.
O ministro da Economia, António Costa e Silva, assinalou “um dia muito triste para o país” após a morte do empresário Rui Nabeiro.
“Nabeiro mostrou que uma ideia pode transformar o mundo: desenvolveu uma ideia e uma visão e foi capaz de criar riqueza”, disse, em declarações à SIC Notícias.
Segundo Costa Silva, “além de ter sido um empresário exemplar, conseguiu criar um grupo no Interior de Portugal e é exatamente destes exemplos que nós precisamos”.
Rui Nabeiro “teve uma assunção social de criar riqueza e distribuir riqueza, de criar laços com a comunidade envolvente”, frisou, reforçando o “exemplo extraordinário”. “É esse caminho que temos de suscitar, de desenvolver e consolidar”, acrescentou.
Costa Silva afirmou que se o país tivesse mais homens como Rui Nabeiro, “talvez a economia portuguesa hoje fosse diferente e mais avançada”.
Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, Cláudia Azevedo manifestou, em nome pessoal e do Grupo Sonae, as condolências à família do empresário Rui Nabeiro, falecido hoje aos 91 anos.
“Apesar do desaparecimento do Homem, estou certa de que o seu legado perdurará durante várias gerações”, afirma.
A empresária recorda que “durante muitos anos” o grupo contou com a presença de Rui Nabeiro na abertura de centenas das suas lojas, “comprovando a generosidade que sempre teve para com a Sonae”.
“O seu nome estará para sempre ligado a um dos grandes empresários nacionais e a uma grande preocupação na criação de valor social”, salientou.
O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, afirmou à agência Lusa que o Comendador Rui Nabeiro, que foi membro do Conselho Geral da AEP e sócio honorário, era “um homem com um raro espírito empreendedor, com uma ética e uma visão empresarial fora de série”.
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, considerou que o empresário Rui Nabeiro é “um exemplo para todos nós”.
À SIC Notícias, António Saraiva, afirmou que Nabeiro “deixa um legado de um liderar com ética, rigor, principio, valores, que neste tempo em que vivemos disrupções e exemplos negativos, era um farol de como se deve gerir”.
“Foi um empresário que quase do nada criou um império e que soube adaptar-se”, assinalou, apontando ainda o sorriso do empresário que “transmitia paz interior e felicidade que era contagiante”.
António Saraiva refere que é “com pena que vemos partir pessoas assim que ajudaram a desenvolver o país”.
A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) declarou que “Rui Nabeiro foi um extraordinário exemplo de empreendedorismo, resiliência e inovação. A sua visão e determinação foram cruciais para transformar a Delta Cafés numa marca líder em Portugal e uma referência internacional no setor do café. Ao longo de décadas, liderou a empresa com paixão e dedicação, procurando sempre novas formas de melhorar e expandir o negócio”.
Num comunicado, a CCIP considerou que a morte de Rui Nabeiro é “uma perda enorme não apenas para a família, amigos e colaboradores, mas também para a comunidade empresarial portuguesa e para o país como um todo”, recordando ainda a visão do empresário e as suas preocupações sociais ao longo de uma “notável carreira”.
“Foi também um humanista, alguém que colocou o bem-estar dos seus colaboradores, clientes e comunidade no centro da sua atividade. Conhecido pela generosidade e sensibilidade social, deixa um legado de responsabilidade e compromisso social que será sempre lembrado”, assinalou a CCIP, que enviou “sinceras condolências” à família Nabeiro e aos trabalhadores das suas empresas.
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) lamentou a morte de Rui Nabeiro, presidente e fundador do Grupo Dela Cafés, destacando o “espírito distintivo” e a “preocupação social permanentemente expressa” no dia-a-dia pelo empresário.
“Rui Nabeiro era possuidor de uma intuição notável, de um sentido de inovação inesgotável e de estratégia e visão empresarial que, ao longo de décadas, transformaram o Grupo Delta no exemplo não apenas nacional mas inclusive mundial que é atualmente”, refere-se na mesma nota de pesar.
O presidente da CCP, João Vieira Lopes, considera o desaparecimento de Rui Nabeiro “um momento extremamente triste para o país” e lembra que para o empresário “o negócio sempre foi muito mais do que apenas números”, o que justifica que tenha “marcado de forma tão significativa e diferenciadora a vida empresarial do país”.
“Uma das principais caraterísticas de Rui Nabeiro era mesmo a de saber ouvir, um sentimento inato de que era preciso compreender o que os outros pensavam”, destaca Vieira Lopes, precisando que tal “foi fundamental na forma como encarou o seu negócio, compreendendo as necessidades dos trabalhadores, parceiros e consumidores”.
“Foi um embaixador de excelência de Portugal e do seu Alentejo. O legado que nos deixa deve ser um exemplo para todos os empresários portugueses”, conclui o presidente da CCP.
A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) refere que “o país perde um grande homem, um grande empresário e uma personalidade ímpar e consensual da nossa sociedade e da nossa história. Deixa-nos um humanista, um homem de valores e convicções, com um enorme sentido de responsabilidade social. A sua obra e a sua vida são o seu maior legado. O Comendador Rui Nabeiro é um exemplo para o país”, salientou Álvaro Beleza, presidente da SEDES.
O comendador Rui Nabeiro encontrava-se hospitalizado no Hospital da Luz, devido a problemas respiratórios.