A Boston Consulting Group (BCG) entende que o contexto mundial atual é muito mais desafiante para o retalho do que antes da pandemia, “com custos de produção a atingir máximos históricos, uma persistente incerteza operacional e contínuos desafios geopolíticos”.
Segundo o estudo “Amid Uncertainty, AI Gives Retailers a Path to Resilience” da Boston Consulting Group e do World Retail Congress (WRC), em 2023, os retalhistas têm como maiores preocupações o aumento dos custos, a diminuição do consumo e a volatilidade da cadeia de abastecimento.
Esta análise, que contou com a participação de 550 líderes de 12 áreas do setor do retalho, explora as perspetivas dos retalhistas, e como a Inteligência Artificial (IA) pode gerar soluções que vão ao encontro das suas principais preocupações de negócio.
De acordo com a reflexão feita, a maioria dos retalhistas, com a exceção dos asiáticos, tem estado a negligenciar a utilização da IA como uma ferramenta capaz de proporcionar uma experiência de compra mais personalizada e de ajudar a superar o declínio do consumo. Em vez disso, as abordagens mais comuns passam por investimentos em programas de fidelização (45%); otimização da oferta de produtos (44%); promoções (40%), e investimento na experiência digital do cliente (40%).
A BCG realça que existe uma oportunidade relativamente pouco explorada para os retalhistas incorporarem a IA nas suas soluções e na sua estratégia global da cadeia de abastecimento, com o objetivo de compreenderem melhor o que se passa na sua cadeia de abastecimento, do produtor ao cliente.
Otimizar cenários
“O conhecimento acumulado combinado com as capacidades proporcionados por IA permite simular e otimizar vários cenários, o que ajuda os retalhistas a serem mais flexíveis e a prever com maior precisão as necessidades a longo prazo, enquanto são proativos relativamente à volatilidade da oferta e da procura a curto prazo”, comenta a BCG.
Ao nível dos preços – refere a BCG – os retalhistas podem aproveitar a IA para criar uma estratégia inovadora através de preços definidos com base na localização e nos canais, com alterações de preço dinâmicas (dynamic pricing) e ofertas personalizadas.
Outra possibilidade é utilizar a tecnologia de IA para compreender melhor a elasticidade dos preços e fazer previsões; para simular e otimizar as alterações de preço, através de planos de promoção e descontos; para monitorizar, em tempo real, as fontes de dados de concorrentes e canais alternativos, tais como as redes sociais, para responder aos seus movimentos e a sinais de aumento da procura mais rapidamente.
“Estudos anteriores da BCG relatam que os consumidores têm 110% mais probabilidade de adicionar artigos ao seu carrinho de compras e 40% mais probabilidade de gastar mais do que tinham planeado quando a experiência de compra é altamente personalizada”, aponta a consultora.