Nos próximos dias, a food-tech portuguesa pleez vai iniciar uma nova ronda de investimento na casa dos sete dígitos, para reforçar o seu investimento não apenas no mercado ibérico, mas também no Reino Unido, onde a empresa chegou a 1 de setembro e onde já tem tido bons resultados.
Só em 45 dias de presença no mercado inglês, a pleez já conta com 25 restaurantes como clientes, tendo sido também aqui que a start-up acabou de assinar o maior acordo desde a sua criação com uma dark-kitchen que opera com oito restaurantes (valores já incluídos nos 25). Segundo deu conta à FORBES Afonso Pinheiro, CEO da empresa: “A receita gerada com este contrato é cinco vezes superior à média do mercado português”, sublinha.
A ida para o maior e mais competitivo mercado de delivery da Europa foi preparada por três elementos (duas pessoas da pleez já com a experiência no lançamento do negócio em Espanha e uma nova com know-how da realidade londrina), no que Afonso Pinheiro qualificou como uma “estratégia acertada”, a qual permitiu chegar, ver e vencer a terras de ‘Sua Majestade’.
Dadas as oportunidades que o Reino Unido, especialmente Londres, oferece a nível de plataformas de delivery, pela dimensão do seu mercado, Afonso Pinheiro acredita que esta experiência vai ser o trampolim ideal para outras internacionalizações.
Nova ida ao mercado
Depois de a pleez, em novembro de 2022, ter captado dois milhões de euros, a nova ida ao mercado visa reforçar a aposta em Portugal, em Espanha (sobretudo em Madrid e em Barcelona) e no Reino Unido, tendo também subjacente a preparação da estratégia de expansão para mais mercados, como França (o segundo maior mercado de delivery da Europa) e EUA (o maior mercado do mundo), podendo entrar nesses mercados em 2024 ou em 2025, depende de como correr.
“A receita gerada com este contrato [em Inglaterra] é cinco vezes superior à média do mercado português”
Destinando-se a restaurantes que trabalham com plataformas de delivery (Uber Eats, Glovo e Bolt Food), a pleez tem atualmente em Portugal 200 clientes. Em Espanha são 250 e, somando os 25 em Londres, perfaz 475 clientes.
Para 2024, a meta da start-up — que neste momento é composta por 34 colaboradores (24 em Portugal, 7 em Espanha e 3 no Reino Unido) — é trabalhar com 276 restaurantes em Portugal, 859 em Espanha e 375 no Reino Unido.
Plataforma dinâmica
A mais-valia apresentada por esta food-tech passa pela gestão dinâmica proporcionada aos restaurantes em termos da oferta dos seus produtos aos olhos dos consumidores, de menus a preços. Isto significa que, com base na análise ao mercado e à concorrência, a pleez faz recomendações aos gerentes dos restaurantes sobre que prato confecionar em determinados dias ou horas (mediante a análise aos hábitos de consumo ou, por exemplo, ao horário de realização de um jogo de futebol), que promoções deve lançar — tudo com o propósito de aumentar a performance comercial ou fidelizar a sua clientela.
Estas recomendações são baseadas em dados recolhidos em tempo real. Embora o cidadão comum não detete a presença direta da pleez quando escolhe uma refeição, ele acaba também por beneficiar do serviço, com a oferta de menus especiais e descontos, além de que a apresentação online do restaurante (esse sim, cliente da pleez) é muito mais cuidada e profissional.
Esta estratégia tem permitido fazer subir bastante as receitas dos restaurantes, garante Afonso Pinheiro que prefere, todavia, não avançar com valores médios por uma questão de gestão de expectativas junto dos clientes, pois cada cliente é um caso. Ainda assim, a pleez informa que no final de 2023 terá gerido qualquer coisa como 28 milhões de euros em vendas dos seus clientes, estimando que essa cifra suba para os 100 milhões de euros em 2024.