Sabia que, em Portugal, de acordo com o Eurostat, a taxa de circularidade era de apenas 2% em 2022, posicionando o país em 24.º lugar entre os 27 estados-membros da União Europeia, cuja média é de 11,7%? Face a este fraco desempenho, o grupo Sonae decidiu trazer a Lisboa um conjunto de especialistas para se encontrar soluções que ajudem a promover a economia circular no País e, quem sabe, passar a integrar alguns dos indicadores positivos relacionados com este segmento como o facto de a economia circular ajudar a reduzir as emissões atmosféricas em 40%, gerar até dois milhões de empregos e criar um mercado avaliado entre dois e três mil milhões de dólares até 2026.
A segunda edição do Innovators Forum, promovido pelo grupo liderado por Cláudia Azevedo, está agendada para 27 de novembro, no Pátio da Galé, sob o tema da circularidade que é uma das principais medidas estratégicas definidas pela União Europeia para atingir a neutralidade climática até 2050 e travar a perda de biodiversidade.
Apesar de Portugal ainda estar aquém das métricas da União Europeia, já está no terreno o Plano de Ação para a Economia Circular que tem a missão de acelerar a transição da economia portuguesa para um modelo em que as atividades económicas não dependem da extração de matérias-primas e da produção de resíduos.
A Sonae promete, em comunicado, que o objetivo deste Innovators Forum’24 “não é apenas apresentar o estado atual da Economia Circular, mas também desafiar uma audiência especializada a impulsionar uma transformação positiva e duradoura”. Por isso, o mote que irá guiar o evento é “Inspirar. Inovar. Impactar”.
“Não temos escolha: ou mudamos radicalmente a forma como utilizamos os recursos naturais ou não haverá futuro” – João Günther Amaral
O grupo alerta ainda para alguns dados mais recentes que reforçam a urgência desta transformação: a taxa de materiais reciclados consumidos pela economia global diminuiu de 9,1% em 2018 para 7,2% em 2023, uma queda de 21% em cinco anos. Nos últimos seis anos, a nível mundial, foram consumidas mais de 500 mil milhões de toneladas de materiais, quase o equivalente ao consumo total do século XX.
A palavra de ordem, nas palavras do membro da Comissão Executiva da Sonae, João Günther Amaral, é “agir”. Citado em comunicado o gestor sublinha que “estamos a consumir recursos a um ritmo que o planeta não consegue suportar, sem dar tempo à natureza para se restaurar”. João Günther Amaral alerta que, perante este cenário, “não temos escolha: ou mudamos radicalmente a forma como utilizamos os recursos naturais ou não haverá futuro. Nesta segunda edição do Innovators Forum, queremos agir”. E remata dizendo que o grupo pretende reunir especialistas nacionais e internacionais para “discutir soluções práticas e concretas para implementar a circularidade, porque só com uma mudança imediata e colaborativa entre empresas, Governo, academia e sociedade podemos contribuir para uma economia que respeite os limites do planeta”.
O Innovators Forum dará voz aos líderes do setor e a organização garante que já conta com um leque de oradores confirmados como Ivone Bojoh, CEO da Circle Economy Foundation, responsável pela edição anual do Circularity Gap Report, Raphaël Masvigner (Circul’R), Marta Brazão (Circular Economy Portugal), Ana Barbosa (IKEA Portugal, Sónia Cardoso (Sonae), Bruno Borges (Worten), Filipa Pantaleão (BCSD Portugal), Anders Åhlén (McKinsey & Co), Carlos Moedas (Câmara Municipal de Lisboa) e Paulo Azevedo (Sonae).