A SAP está focada em Portugal em aumentar o seu ecossistema junto das Pequenas e Médias Empresas (PME). Em declarações à FORBES, Nuno Saramago, Chief Operating Officer (COO) da SAP Portugal, refere que a nova ferramenta que a tecnológica desenvolveu, RISE with SAP, será uma aliada preciosa nessa estratégia.
Ainda que reconheça que tecnologicamente Portugal é “um mercado maduro”, Nuno Saramago assume o facto de haver no país muitas empresas que podem vir a usar SAP.
“Temos todo um trabalho a realizar junto das PME, que são a maioria do tecido empresarial”, define Nuno Saramago.
Como conseguirá a SAP entrar nestas empresas, dado que se trata de um software que não é uma solução barata, é a questão que colocamos.
“Aí, a cloud veio-nos dar uma vantagem, pois torna mais fácil adaptar o serviço à dimensão das empresas, já que se evita que a empresa tenha de realizar o seu investimento em hardware, por exemplo. A cloud veio dar-nos escala”, justifica Nuno Saramago, com este responsável a frisar o facto de o RISE with SAP criar uma oportunidade para empresas de menor dimensão poderem contar com serviços SAP, dado que se ajusta mais às suas necessidades e orçamentos.
“Temos muitas oportunidades de aumentarmos o nosso ecossistema em Portugal, junto das PME”, afirma Nuno Saramago.
O RISE with SAP é “um serviço com base na Cloud que permite às organizações transformarem-se naquilo que nós visionamos como uma empresa inteligente”, declara Nuno Saramago.
“Nesta nova solução não entregamos apenas o software com base na SAP, que é a parte aplicacional que funciona na Cloud e que suporta todos os processos de negócio das organizações em 25 indústrias diferentes, com processos de negócio muito específicos; temos depois também uma oferta dos hyperscalers, ou seja, da plataforma na net que serve de infraestrutura a estas aplicações e que tipicamente pode ser uma Amazon Web Services, uma Microsoft Azure ou uma Google Cloud”, dá conta este responsável da tecnológica.
Juntar hyperscalers e soluções SAP
Nuno Saramago prossegue: “Nós, como SAP, o que fizemos foi juntar estes hyperscalers, as nossas aplicações com os processos de negócio por indústria e mais algumas soluções também da SAP, como a SAP Business Technology Platform (que permite a transformação de processos e negócio) e de algumas aplicações em rede, caso do SAP Ariba (que permite juntar redes de fornecedores e clientes) e do SuccessFactors (que permite juntar as redes dos colaboradores com a empresa)”.
Este processo integrado em cloud de vários serviços e valências do RISE with SAP “permite termos empresas inteligentes. Para nós, uma empresa inteligente é uma empresa com resiliência, rentabilidade e sustentabilidade”, indica este gestor.
Atualmente, há mais de 5600 empresas em Portugal de 25 indústrias diferentes a usar soluções SAP e a convicção do COO da SAP é que “ainda há espaço para crescer”.
Nuno Saramago acrescenta também que dar o salto para o RISE with SAP traz outras vantagens: “As empresas passam para a SAP o ónus de ter de lhes fornecer todos estes serviços. A SAP fica como ‘prime contractor’, ou seja, como principal responsável por fornecer e dar suporte a estes serviços na cloud e de aplicações; se algo corre mal, há uma empresa, a SAP, que está responsável por tudo. Outra vantagem tem a ver com economia de escala, pois, dada a base de clientes que temos no mundo e em Portugal, conseguimos com os hyperscalers apresentar condições contratuais mais atrativas aos clientes”.
Segundo refere Nuno Saramago, a criação deste novo serviço RISE with SAP resultou de uma análise do que são as tendências que se verificam no mercado.
“Quisemos facilitar a vida aos nossos clientes que querem migrar para a cloud e juntamos isso na proposta do RISE with SAP”.
Nesse sentido, “uma das tendências de negócio a que assistimos é a da confluência de indústrias diferentes. Nos quase 50 anos da SAP, sempre tivemos muito sistematizada a melhor prática para cada tipo de indústria. O que vemos hoje, com a disrupção dos negócios que toda a transformação digital provoca, é essa confluência de indústrias. Isto significa que, por exemplo, uma utility, além dos processos de billing, passa também a precisar de pacotes de ofertas, que são mais típicos da indústria de telecomunicações. O que vemos, muitas vezes, são empresas de indústrias completamente distintas a começarem a precisar de processos que eram tipicamente de outras indústrias”.
Indústrias cruzam experiências
“Temos um conjunto de processos que não são novos para nós, mas que estão a ser pedidos por empresas que, habitualmente, não os utilizariam. Exemplo: uma empresa de engenharia e construção a fazer processos de avaliação de talento e de comparação de currículo, porque começam a precisar de materiais muito específicos que exigem mão de obra mais especializada”.
A evolução do mercado, dos negócios e das empresas também está a levar a SAP a reinventar-se, adaptando as suas soluções às necessidades dos seus clientes.
O facto de as empresas estarem a cruzar serviços que, à priori, não foram desenvolvidos para si leva Nuno Saramago a realçar, igual modo, a importância da partilha de experiências para que os clientes possam incorporar mais-valias de outros clientes nos seus negócios.
“Olhando para as mega-tendências com que todos nos confrontamos, é muito difícil uma empresa conseguir responder a esses desafios e de se manter competitiva se estiver isolada. É mais fácil com parceiros fortes”, transmite o COO da SAP.
“Quando uma indústria começa a trabalhar em áreas que estão na sua fronteira de atuação e depois precisa de adquirir conhecimento nessas áreas, o que faz sentido é fazer um consórcio ou uma parceria; é partilharem-se experiências. Se a empresa conseguir manter as suas mais-valias no seu core business e realizar uma parceria com outras companhias pode ser uma boa solução” para evoluir, defende, em jeito de conclusão, Nuno Saramago.