O negócio da compra do Twitter por Elon Musk pode estar na iminênvia de ruir. O homem mais rico do planeta ameaçou recusar o seu acordo de US$ 44 biliões (41,1 mil milhões de euros) para assumir o controlo do Twitter numa carta à empresa, da qual deu conhecimento à Comissão de Valores Mobiliários americana, acusando a gigante de redes sociais de violar o seu acordo ao recusar uma análise externa sobre o número de transações automatizadas nas contas da plataforma.
Numa carta endereçada ao principal advogado do Twitter, Vijaya Gadde, os advogados de Musk disseram em nome do bilionário que ele exigia mais informações sobre a presença de “bots” no Twitter – ou então Musk se reserva no “direito de não consumar a transação e o seu direito de rescindir o contrato no acordo de aquisição”.
Consequência deste desenvolvimento, as ações do Twitter caíram nas negociações da manhã desta segunda-feira 4,01%, para US$ 38,55 (36,04 euros).
O Twitter não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da Forbes.
Apenas a mais recente ameaça
A carta desta segunda-feira é, no entanto, apenas a mais recente ameaça de Musk relacionada com bots. Semanas depois do Twitter ter aceitado a oferta de tornar a empresa privada, Musk escreveu na sua conta do Twitter, em 13 de maio, que o seu acordo para comprar a empresa estava “temporariamente suspenso” por causa do seu ceticismo em relação às estimativas da empresa sobre quantos bots estão no site, embora Musk tenha dito na época que ele permaneceu “comprometido com a aquisição”.
O CEO do Twitter, Parag Agrawal, disse num tweet de 16 de maio que a empresa não acredita que uma análise externa seja possível, à qual Musk respondeu com um emoji de um “poo”.
Musk é o homem mais rico do mundo, segundo os cálculos da Forbes, com património de US$ 221,6 biliões (207 mil milhões de euros).
O analista da Wedbush, Dan Ives, twittou na segunda-feira que a carta é a mais recente evidência de que Musk está a “procurar afastar-se do acordo”, ecoando análises anteriores de que o bilionário está a utilizar este problema como uma maneira de voltar atrás na sua oferta.
Musk desconfiado
“Neste momento, Musk acredita que o Twitter está a recusar-se de forma clara a cumprir as suas obrigações sob o acordo de fusão, o que está a gerar mais suspeitas de que a empresa está a reter os dados solicitados devido à preocupação com o que a própria análise de Musk desses dados irá descobrir”, dizia a carta.
Menos de 5%. Essa é a proporção de contas do Twitter que são falsas ou spam, de acordo com os registos da empresa na SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, no mês passado.