Segundo as previsões da Globaldata, multinacional de análise de dados, o mercado da impressão 3D deverá crescer a uma razão de 18% ao ano, atingindo um valor de 70, 8 mil milhões de dólares (cerca de 65 mil milhões de euros) em 2030.
Já se passaram 40 anos desde que Chuck Hull, co-fundador da 3D Systems criou a sua primeira peça através deste processo e esta indústria está agora na fase adulta, deixando uma marca no mundo da manufatura, mas muito está ainda por fazer, refere, a propósito, o relatório Thematic Intelligence: 3D Printing, da Globaldata . “A indústria não precisa continuar a provar que a impressão 3D funciona, mas agora deve encontrar seu lugar no mix da fabricação de materiais”, pode ler-se.
A impressão 3D, também chamada de manufatura aditiva, é o processo pelo qual se unem materiais para criar objetos a partir de dados de modelos tridimensionais, normalmente camada através de camada. Este relatório divide a cadeia de valor em quatro áreas: o hardware, o software, os materiais e os serviços. O segmento de software será aquele que apresentará um crescimento mais rápido, uma vez que as empresas dão prioridade à adoção de ferramentas de automatização do fluxo de trabalho, para reduzir o tempo e o custo do ciclo de produção, facilitando a transição da impressão 3D para o fabrico em massa. Nesta transição, da prototipagem para o fabrico em massa, as empresas que se dedicam à impressão 3D deverão alcançar uma produção padronizada e repetível.
Com o tempo, os gestores passarão a confiar mais na alternativa da impressão 3D para suprir lacunas na cadeia de valor
“A impressão 3D tem potencial para transformar a gestão da cadeia de fornecimento. A popularidade da manufatura aditiva cresceu quando ajudou a limitar a interrupção da cadeia de valor durante a pandemia de covid e mostrou o potencial do setor para desempenhar um papel importante nos novos ecossistemas”, afirma, em comunicado, David Bicknell, analista da Globaldata. Com o tempo, os gestores passarão a confiar mais na alternativa da impressão 3D para suprir lacunas na cadeia de valor. Utilizando a impressão 3D, as empresas podem produzir localmente, simplificar e reduzir a área logística e reduzir a sua dependência de determinados fornecedores. Muitas indústrias estão a pensar fazer o reshoring das suas atividades, impulsionadas pela pandemia, pelas preocupações geopolíticas, e considerações ambientais, sociais e de governança.
Já é possível, por exemplo, construir uma casa com recurso à tecnologia de impressão 3D e várias empresas estão a posicionar-se neste setor, como a startup portuguesa Camada, que criou um marketplace para ligar a indústria da construção às empresas que fazem impressão 3D de betão.