Com a subida das remunerações obtidas nos Certificados de Aforro, está a verificar-se um crescimento da afluência à subscrição deste produto de poupança do Estado, cuja taxa de juro para novos contratos entrou em 2023 acima dos 3%: 3,088% em janeiro e 3,403% em fevereiro.
Em face disto e atendendo a que os bancos se mantêm, até ao momento, relutantes em subir os juros dos depósitos dos seus clientes, a probabilidade de os investidores desviarem os seus investimentos para os Certificados de Aforro em vez dos menos atrativos depósitos bancários aumenta a cada dia que passa.
Perante a competitiva concorrência dos certificados de aforro, é de esperar que as instituições bancárias reajam, dando melhores condições de rentabilidade aos seus clientes.
Tudo indica que seja para breve. Contudo, isso está a tardar.
O facto é que a banca começa a estar muito pressionada para mexer nos juros e a mais recente voz a dar conta disso foi o próprio ministro das Finanças, Fernando Medina.
Medina acredita que “em breve” haverá uma melhoria das condições oferecidas nos depósitos, pelas instituições bancárias.
“Vejo, positivamente, que o Estado tem hoje um produto que é um produto tradicional da poupança dos portugueses e que hoje, por razões que se prendem com o papel único que os certificados de aforro têm na relação entre uma garantia plena da República Portuguesa e, hoje, uma rentabilidade bastante superior àquela que outras aplicações concorrentes têm, nomeadamente depósitos bancários, que têm sido alvo de procura crescente entre os portugueses”, disse Medina, no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, Ecofin.
“Em breve com este movimento acentuado irá haver notícias do ponto de vista financeiro da melhoria das condições nos depósitos, é importante que [as instituições financeiras] façam esse movimento”, referiu Medina.
Há poucos dias foi também a vez de João Leão, vice-reitor do ISCTE e ex-ministro das Finanças de António Costa, ter manifestado a sua opinião de que “a Caixa [Geral de Depósitos] devia ir aumentando a remuneração dos depósitos”.