António Champalimaud foi um dos mais importantes industriais do século XX em Portugal, tendo marcado o panorama do desenvolvimento da economia nacional na segunda metade do século. Disso não parece haver dúvidas. Foi, durante anos, um dos homens mais ricos de Portugal, mas, ao falecer, em 2004, com 86 anos, surpreendeu todos ao deixar boa parte da sua fortuna para a economia social.
O empresário deixou cerca de 500 milhões de euros à Fundação Champalimaud, dedicada à investigação biomédica, sobretudo na área do cancro – doença que o vitimou -, gerida, segundo a sua vontade própria, por Leonor Beleza. Casado, teve oito filhos, que deixou de fora do seu testamento, mas não completamente desamparados. Segundo notícias da altura, o pai terá deixado em dinheiro, cerca de 200 milhões de euros a cada filho. Isto para evitar conflitos, na hora de dívidir o seu património. recorde-se que o próprio António Champalimaud esteve mais de 16 anos em conflito com os seus irmão pela herança do seu tio materno, Henrique Sommer. O maior projeto de Henrique Sommer foi a fundação da Companhia de Cimentos de Leiria, em 1920, e em 1935 tornou-se no maior acionista da Companhia de Cimentos do Tejo, sendo o maior produtor de cimentos do país. Em 1944, António Champalimaud veio a herdar boa parte dos seus bens.
O filho Luís Champalimaud também trabalhava consigo no negócio do cimento, e ainda hoje gere os negócios do cimento no Brasil, através da holding Confiança SGPS que detém a Cimentos Liz, e que partilha com duas sobrinhas.. Com a holding sediada fora do país, pouco se conhece sobre o seu património.
Manuel Champalimaud, um dos oito descendentes, distanciou-se dos negócios familiares e seguiu o seu caminho sozinho. Continua a ser um empresário de destaque no país, sendo acionista de referência nos CTT, na OZ Energia, nos Silos de Leixões, entre outros negócios, com uma fortuna avaliada, pela Forbes Portugal, relativa a 2023, na lista dos 50 mais ricos do país, em cerca de 218 milhões de euros.
Os negócios de Manuel Champalimaud
Detém a holding Manuel Champalimaud SGPS – anteriormente designado de Gestmin – na qual consolidas as várias participações do grupo homónimo. O Grupo Manuel Champalimaud é hoje um dos maiores acionistas dos CTT, detendo uma participação qualificada de 13,72%. À data da avaliação da revista Forbes Portugal, em outubro do ano passado, os CTT tinham uma capitalização bolsista de 488 milhões de euros, o que atribuía ao empresário uma fatia de quase 65 milhões de euros. Atualmente, avaliada pelo mercado em mais de 621 milhões de euros, a participação do empresário valerá qualquer coisa como 85 milhões de euros.
A Forbes Portugal avaliou a fortuna do empresário e atribuiu-lhe uma parcela de 218 milhões de euros, colocando-o na 47º posição dos 50 mais ricos de Portugal.
Para a avaliação da riqueza de Manuel Champalimaud contribuem ainda as suas participações na Oz Energia, uma parcela que ultrapassa os 40 milhões de euros, a GNL Plásticos, e o negócio dos Silos de Leixões. A OZ Energia é a herdeira dos negócios da Exxon Mobil em Portugal, e depois de um rebranding surgiu a nova marca nacional, que se dedica sobretudo à comercialização de gás propano e butano, tendo uma quota de 10% no mercado.
Situada na Marinha Grande, próximo de Leiria, a GNL dedica-se ao desenvolvimento e fabrico de moldes técnicos de alta precisão e injeção de peças plásticas, e está dividida em quatro áreas de negócios: a GNL Molds, a GNL Plast, a GNL Innov e a Famolde. A Silos de Leixões dedica-se à logística agroalimentar, nomeadamente no transportes e armazenagem de granéis agroalimentares, servindo traders nacionais e internacionais.
Manuel Champalimaud já está acompanhado por três dos seus filhos neste negócio: Duarte Palma Leal Champalimaud, Tomás Palma Leal Champalimaud e Ana Palma Leal Champalimaud, os três com assento no Conselho de Administração do grupo.
Conheça aqui o top ten da lista dos 50 portugueses mais ricos da Forbes Portugal.