A Jerónimo Martins prevê investir este ano 1,2 mil milhões de euros, montante que “considera também o investimento inicial” para lançar a operação na Eslováquia, cujas primeiras lojas deverão abrir no final de 2024.
“A nossa visão de longo prazo mantém-se válida e reiteramos o compromisso com o nosso programa de investimento que, em 2024, se espera que venha a cifrar-se em 1,2 mil milhões de euros, em linha com o realizado em 2023”, afirma o grupo, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Além da “expansão e remodelação das redes de lojas, o programa inclui o reforço da operação logística na Polónia, em Portugal e na Colômbia e considera também o investimento inicial para lançar a operação na Eslováquia, cujas primeiras lojas deverão abrir no final deste ano”.
Adicionalmente, “prevemos também um maior investimento em capital circulante, num cenário de deflação ao qual se somam o abrandamento do crescimento, a manutenção de taxas de juro elevadas e os constrangimentos no acesso ao crédito que continuarão a pressionar também os nossos parceiros comerciais locais, principalmente nas categorias de marca própria e perecíveis, o que poderá levar a reduções nos prazos de pagamento”.
Nas perspetivas para este ano, o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos salienta que os negócios de retalho alimentar estão a operar, desde final do ano passado, “com deflação nas suas principais categorias – ‘commodities’, carne, lacticínios, frutas e vegetais -“, pelo que a Jerónimo Martins enfrenta este ano “um período no qual se conjuga, numa intensidade sem precedentes, uma rápida redução dos preços de venda com uma elevada inflação de custos, o que irá continuar a pressionar” as margens.
Destaca ainda o contexto geopolítico, “marcado por instabilidade e complexidade”, apontando que a União Europeia “tem perdido influência e competitividade, com o seu quadro regulatório cada vez mais intricado e burocrático a tirar capacidade às empresas europeias para competir à escala mundial às suas congéneres europeias”.
Este é um ano marcado pelas eleições para o Parlamento Europeu e nos Estados Unidos, “cujo desfecho é, para já, incerto, podendo ditar um volte-face em termos geopolíticos”.
Nesta conjuntura, refere o grupo, “a evolução do comportamento dos consumidores será determinante para o desempenho dos negócios e a dinâmica dos ambientes competitivos”.
Na Polónia, onde o grupo tem a Biedronka, a empresa vai “continuar a investir de forma relevante na atualização dos salários das suas equipas” e não exclui “que a margem EBITDA” da cadeia de supermercados “possa vir a sofrer maior pressão do que a registada em 2023”.
Prevê “adicionar entre 130 a 150 localizações líquidas à rede de lojas” da Biedronka e o programa de remodelações abrangerá mais de 300 lojas.
A cadeia polaca de saúde e bem-estar Hebe “continuará a centrar a sua estratégia de crescimento no canal de ‘e-commerce’, que constitui também a base da sua estratégia de internacionalização”. Na Polónia, “o reforço da rede de lojas prevê a abertura de cerca de 30 novas localizações”, adianta.
Em Portugal, no que respeita ao Pingo Doce, prevê a remodelação entre 60 e 80 lojas e a inauguração de cerca de 10 novas localizações. O Recheio continuará focado nas “propostas de valor” concebidas para cada segmento e a rede de lojas Amanhecer, que já conta com 600 parceiros, “seguirá a sua trajetória de crescimento”.
Na Colômbia, a cadeia de supermercados Ara deverá abrir 150 novas lojas, “enquanto investe na nova capacidade logística para 2024 e 2025, sendo que um dos novos centros de distribuição já abriu no início” deste ano.
O lucro da Jerónimo Martins subiu 28,2% em 2023, face a igual período de 2022, para 756 milhões de euros.
Lusa