O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, quebrou nesta segunda-feira o jejum da Guiné-Bissau que se encontrava há cerca de 31 anos e meio sem receber uma visita oficial de um estadista português. O último Presidente de Portugal que esteve em missão de Estado ao país lusófono africano foi Mário Soares, em 1989.
Recebido em euforia por milhares de pessoas nas ruas, a visita de Marcelo fica marcada, não só pela relação que se pretende reforçar entre os dois países, mas também pela inauguração das novas instalações da RTP África que, segundo o presidente português, poderá reforçar as relações entre os países da lusofonia.
“É importante que as relações estejam vivas entre os países de língua portuguesa e os nossos povos irmãos estejam mais próximos. Com a ativação da RTP África na Guiné-Bissau vamos reforçar as relações entre os países da lusofonia”, diz Marcelo.
Por outro lado, Rebelo de Sousa considera que “há um mundo de coisas a fazer” na cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau, que devem ser empreendidas “para além das circunstâncias de cada instante” e dos protagonistas políticos.
O Presidente de Portugal manifestou também interesse em manter contactos institucionais na Guiné-Bissau, num clima “mais plural possível” e reforçou que o simbolismo da troca de visitas de chefes de Estado, num espaço de seis meses, demostra a vontade de se ir mais além com as relações entre os dois países.
“A nossa relação, a nossa amizade, a nossa cumplicidade, a nossa fraternidade é duradoura. Não depende de quem é o Presidente português ou o Presidente guineense, de quem é o Governo português ou o Governo guineense, de quem é quem em cada momento histórico”, reforça.
Dados recentes indicam que estarão a viver na Guiné-Bissau cerca de 2.500 portugueses, embora muitos não estejam permanentemente no país. Marcelo elogiou “a capacidade de resistência, de afirmação, a coragem e determinação de portugueses e luso-guineenses ao longo de décadas”.
Para o Presidente português, África é um continente muito especial. “Ou se ama ou não se ama. Eu sou daqueles que amam, há muitas décadas”, garante.
Na Guiné-Bissau, o Presidente português foi agraciado com a medalha Amílcar Cabral, a mais alta condecoração daquele Estado africano, pelo seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló.