A confirmar-se os resultados, pela primeira vez na história, Itália prepara-se para ter uma mulher à frente dos destinos do país. A presidente do partido Irmãos de Itália (FdI), Giorgia Meloni, declarou a vitória nas eleições legislativas de domingo e reivindica a liderança do próximo governo.
Era já de madrugada quando Giorgia Meloni fez o primeiro discurso, no qual, assumiu que o partido que lidera vai governar “para todos” e “para que os italianos se possam orgulhar de ser italianos”. E declarou que “os italianos enviaram uma mensagem clara de apoio a um governo de centro-direita” encabeçado pelo partido Irmãos de Itália.
A líder do partido Irmãos de Itália, de 45 anos, define-se como “mulher, mãe, italiana e cristã”. Foi eurodeputada e também ministra Juventude de Silvio Berluscon.
Com base nos resultados parciais conhecidos até agora, a coligação de direita e extrema-direita – liderada pelo FdI e composta ainda pela Liga, de Matteo Salvini, e pelo partido conservador Força Italia, de Silvio Berlusconi – obteve 43% dos votos nas legislativas. O bloco de centro-esquerda, liderado pelo Partido Democrático, de Enrico Letta, deverá obter 26% dos votos.
A governante lamentou ainda o facto de a campanha eleitoral ter sido “agressiva e violenta” e assegurou que “a Itália e a União Europeia precisam do contributo de todos perante a complexa situação” em que se encontram.
O destaque nestas eleições vai também para o nível de abstenção. A participação nas eleições gerais foi cerca de 63,81%, abaixo dos 72,9% registados nas eleições de 2018. A futura governante de Itália lamentou a abstenção de 36%, considerada a mais elevada de sempre, e assegurou que o objetivo será “reconstruir a relação entre o Estado e os cidadãos”. E afirmou que “o desafio agora é fazer com que as pessoas acreditem nas instituições. Muitos italianos ainda decidem não confiar”.
*Com Lusa