Um juiz federal norte-americano revogou hoje a liberdade condicional e determinou a detenção do fundador da plataforma de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, por tentativa de influenciar uma testemunha no processo que enfrenta por crimes de fraude.
Os procuradores defenderam, durante uma audiência sobre as condições de fiança de Sam Bankman-Fried (conhecido como SBF), que o fundador da FTX estava a seguir um “padrão de influência de testemunhas”.
SBF, de 31 anos, foi acusado pelos procuradores de transmitir documentos ao jornal New York Times na tentativa de influenciar o depoimento de Carolyn Ellison, ex-executiva da sua empresa de investimentos Alameda, também acusada e que concordou em colaborar com as autoridades norte-americanas.
O juiz Lewis Kaplan concordou com estes argumentos e determinou a detenção de SBF, noticiou a estação CNN, citada pela agência Associated Press (AP).
As acusações sobre Sam Bankman-Fried
O fundador da FTX foi detido em dezembro de 2022 e está indiciado pela justiça norte-americana de sete acusações que incluem fraude e lavagem de dinheiro por, entre outras coisas, ter alegadamente desviado milhões de dólares de clientes da FTX para outros fins.
A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla inglesa) alega que Bankman-Fried organizou um esquema fraudulento ao longo de anos para ocultar aos investidores da FTX o desvio de fundos de clientes para a Alameda Research.
SBF tinha sido libertado provisoriamente após pagar uma fiança de 250 milhões de dólares, uma das mais altas da história dos EUA.
O norte-americano declarou-se inocente de todas as acusações ao longo dos meses, sendo que o seu julgamento deve começar em outubro em Nova Iorque.
Em dezembro, dois sócios de SBF, a ex-diretora executiva da Alameda Research, empresa fundada por Bankman-Fried e braço investidor da FTX, Carolyn Ellison, e o cofundador da FTX, Gary Wang, declararam-se culpados de acusações “relacionadas com o papel na fraude que contribuiu para o colapso” da empresa.
Lusa