As condições nem sempre ajudaram e houve até mudança de praia, mas nada conseguiu impedir a realização do MEO Rip Curl Pro Portugal, que chega ao fim este sábado. Do lado masculino a competição vai partir dos quartos-de-final, enquanto no feminino estão por disputar as meias-finais e a final.
A prova já não conta com nenhum atleta português, mas a Forbes Portugal ainda falou com Frederico Morais antes da partida para a Austrália, onde serão as próximas etapas do tour. Kikas, como é conhecido, regressou este ano ao circuito mundial.
“O início desta época diria que não está a ser muito diferente de outras épocas. São os mesmos lugares, são sítios que eu já visitei durante vários anos. De certa forma, o Havaí diria que foi mais especial, foi mais divertido este ano, tínhamos uma boa equipa, acho que todos nos damos muito bem, tivemos boas ondas, foi um mês e meio com muito swell, sinto que a preparação também foi boa, que as pranchas estão boas. Ou seja, até agora sinto-me bem, tudo a correr bem e preparado para o resto do ano”, diz à Forbes.
O português terminou a etapa em Portugal no 17.º lugar, depois da eliminação no heat com o brasileiro Yago Dora. Peniche é o único local da Europa que a World Surf League mantém no calendário de surf. “Portugal tem ondas incríveis a nível mundial. Também temos uma sorte imensa de ter um grupo de pessoas e uma organização por trás deste evento que consegue arranjar os patrocinadores e os apoios essenciais para que se possa ter etapas desta dimensão em Portugal. E depois temos marcas, como o MEO, que dão a mão e apoiam o surf desde há muito tempo, que tornam também isto tudo possível. Sem marcas como essas as coisas ficavam bastante complicadas. Realçar a costa que nós temos, as ondas que nós temos, toda a gente gosta de cá voltar, temos um povo que adora receber e que recebe muito bem, os surfistas gostam muito. Tudo isso torna mais fácil trazer os melhores do mundo para o nosso país”, considera Frederico.
Já com as atenções voltadas para o resto do ano, o surfista português tem o seu objetivo bem definido: “É sem dúvida alguma fazer o cut, ter a certeza que estou dentro dos 22 primeiros e consigo fazer o resto do ano no World Tour”. Neste momento, Kikas está exatamente na 22.º posição do ranking, com 5980 pontos. Mas partilha lugar com o australiano Jacob Willcox, o sul africano Matthew McGillivray e o brasileiro Miguel Pupo, todos com os mesmos pontos. Atrás deles estão Callum Robson e Cole Houshmand, com 4915 pontos.
“Não consegui garantir a minha vaga, mas já passou”
Nos Jogos Olímpicos de 2020, que aconteceram em 2021 devido à pandemia causada pela covid-19, Frederico Morais foi um dos surfistas portugueses que conseguiu um lugar no torneio, mas acabou por não ir depois de testar positivo à covid-19. Com os Jogos Olímpicos de Paris à porta, Kikas tentou a qualificação, mas acabou por não conseguir um dos lugares disponíveis. Algo que já conseguiu arrumar na sua cabeça.
“Claro que gostava de estar presente nos Jogos Olímpicos, era um objetivo. Infelizmente não consegui garantir a minha vaga, mas já passou, eu gosto de ter as coisas bem resolvidas na minha cabeça. O foco agora é o World Tour, é fazer o cut. Essa oportunidade já passou e é seguir em frente. É o que é”, afirma.
Portugal não terá representação masculina em Paris, mas terá duas surfistas na prova feminina: Yolanda Hopkins e Teresa Bonvalot.
“A Yolanda e a Teresa são duas ótimas surfistas, ambas sabem dar tubos, têm à vontade em mar com mais tamanho, por isso acho que as hipóteses delas são risonhas. É continuarem a trabalhar, que é o que elas têm feito, e tenho a certeza de que podem trazer muita alegria para Portugal, não só nos Jogos, mas também no resto do ano, nos challenger series”, conclui Frederico.