A procura de casas de luxo por parte de investidores estrangeiros caiu 5,8 pontos percentuais nos primeiros três meses deste ano, face ao período homólogo do ano passado. A conclusão é do Idealista, marketplace especializado em imobiliário, que avança que esta quebra poderá estar relacionada com o fim de uma parte importante dos vistos gold: a autorização de residência a estrangeiros que adquirissem casa no nosso país.
Durante os últimos a procura de casas de luxo em Portugal por estrangeiros era um facto evidente: segundo os dados do Idealista, três em cada 10 pessoas que procuravam casa acima de um milhão de euros tinha origem no estrangeiro. Já no início deste ano foi visível uma quebra desta procura, que passou a representar um peso 22,8%, o nível mais baixo desde final de 2021.
Os dados da plataforma mostram que o Reino Unido foi o principal mercado de origem nas pesquisas de casa de luxo, tendo representado 11,9% do total da procura internacional.
Segundo a mesma análise a procura internacional representa menos 6,3 pontos percentuais no início do ano face à reta final de 2023 quando deixaram de ser emitidos vistos de residência por via do investimento imobiliário e foi anunciado o fim do regime dos Residentes Não Habituais (RNH) nos antigos moldes a partir do primeiro dia do ano. Como a Forbes Portugal noticiou há uns dias, os ultrarricos norte americanos estavam a procurar mais passaportes portugueses por esta via de investimento, mas o fim deste regime poderá baralhar as contas no futuro.
Os dados da plataforma mostram que o Reino Unido foi o principal mercado de origem nas pesquisas de casa de luxo, e o país representou 11,9% do total da procura internacional no primeiro trimestre, seguindo-se os Estados Unidos, com 11,2%. A Alemanha representou 10,2% das pesquisas, a Espanha 9,2% e a França 8,6%. Enquanto a procura de casas de luxo desde o Reino Unido subiu face ao mesmo período do ano passado, em 0,8 pontos percentuais, o interesse desde os EUA caiu 4 pontos percentuais.
Faro registou a maior quebra
Analisando os dados por cidades nacionais, Faro foi o distrito que registou uma maior queda, com um valor de 17,3 pontos percentuais, seguindo-se Bragança, com 11,6 pontos percentuais e Évora com menos 11,2 pontos percentuais. Lisboa e Porto registaram respetivamente, quebras de 5,2 e 2,3 pontos percentuais. Portalegre, Santarém e Bejop, foram os distritos que registaram um crescimento na procura de casa com valores acima de um milhão de euros
Apesar da quebra do interesse de estrangeiros por casas de luxo em Portugal, verifica-se que cerca de metade dos interessados nestes imóveis quer no Funchal, quer em Ponta Delgada, são oriundos do estrangeiro. Já em Lisboa e no Porto, a procura internacional ronda os 19% do total, valor ainda assim abaixo da média nacional.