O ministro da Economia, Pedro Reis, defendeu hoje que “é importante assegurar o cuidado e a proteção” do dinheiro dos contribuintes na tomada de decisões sobre reestruturação de empresas, após ser questionado sobre o pedido de insolvência da Inapa.
“Eu diria só, única e exclusivamente, uma coisa: é muito importante assegurar o cuidado e a proteção do dinheiro dos contribuintes cada vez que se tomam decisões em relação à reestruturação de empresas, em relação a apoios a empresas”, afirmou Pedro Reis, à margem da reunião de arranque do Grupo de Trabalho para o Regulamento Europeu das Matérias-Primas Críticas, em Lisboa.
A Inapa anunciou no domingo a sua insolvência por falta de fundos. A empresa disse que envidou “todos os esforços atempadamente” junto de credores e acionistas, em particular do maior acionista, a empresa pública Parpública, para evitar a insolvência da subsidiária alemã mas que sem isso se apresentará à insolvência nos próximos dias.
“Muitas vezes é mais fácil clamar por apoios públicos, mas muitas vezes é preciso ver o interesse público, avaliar bem onde é que ele está”, sublinhou, rejeitando fazer mais comentários sobre o tema.
Durante o dia de hoje, o Ministério das Finanças disse à Lusa que a Parpública não irá dar à empresa os financiamentos pedidos e que irá acompanhar a insolvência da empresa.
Em resposta à Lusa, o Ministério das Finanças disse que só soube da “situação crítica” em que estava a Inapa em 11 de julho (aquando da suspensão das ações) e que foi aí que convocou a Parpública, que explicou que a Inapa tinha pedido uma injeção de 12 milhões de euros para necessidades de tesouraria imediatas na operação na Alemanha quando já tinha um pedido de 15 milhões de euros para reestruturação.
Perante essas informações, foram pedidos pareceres à Parpública, à Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) e à Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM), afirmando as Finanças que as três entidades concluíram que “a proposta não reunia condições sólidas, nem demonstrava a viabilidade económica e financeira que garantisse o ressarcimento do Estado”.
com Lusa