Acabou por acontecer o que se esperava, mediante as intenções de voto e troca de argumentos extremadas que se manifestaram nos últimos dias: a proposta de Orçamento de Estado para 2022 foi “chumbada” no Parlamento.
Na votação da generalidade, que decorreu esta tarde, os votos favoráveis do PS (num total de 108) foram insuficientes para viabilizar o documento que contou com um total de 117 votos contra de PCP (10), PEV (2), BE (19), PSD (79), Iniciativa Liberal (1), CDS (5) e Chega (1). A proposta de Orçamento de Estado teve as abstenções do PAN (3) e das duas deputadas não inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
Foi a primeira vez que um Orçamento do Estado foi rejeitado em democracia.
Em face deste cenário, o Presidente da República já fez saber que irá ouvir os partidos políticos com assento parlamentar com vista à dissolução do Parlamento e à convocação de eleições antecipadas, as quais poderão vir a ocorrer em janeiro de 2022.
Considerando os prazos legais, um governo saído desse sufrágio poderia tomar posse em fevereiro e um novo Orçamento de Estado só seria conhecido por volta de abril.