É já no próximo dia 17 de setembro que se vai realizar a terceira edição da Hapiness Camp 2024. De acesso gratuito, a conferência vai realizar-se este ano na Alfândega do Porto e espera este ano contar com a presença de 15 mil pessoas, contra as cerca de 10 mil que recebeu na edição do ano passado
Trata-se do maior evento na Europa dedicado à felicidade corporativa, que tem como objetivo a partilha das melhores práticas em matéria de felicidade empresarial, contruibuindo assim para construir a base de culturas organizacionais mais fortes.
“Uma das possibilidades para o futuro, que estamos a estudar, é a de estender a duração do evento, oferecendo uma programação ainda mais rica e diversificada, capaz de atrair um público de todas as origens”, revela António Pedro Pinto.
Co-fundado por António Pedro Pinto, o evento foi concebido para se assemelhar mais a um festival do que a uma conferência tradicional, oferecendo uma mistura de aprendizagem e diversão aos seus participantes. Presentes estarão 25 oradores nacionais e internacionais, como Lori George, ex-Diretora Mundial de Diversidade, Equidade e Inclusão na Coca-Cola, Kerri Warner, ex-diretora Mundial de Comunicação Interna na Spotify, Jen Fisher, diretora de Sustentabilidade Humana da Deloitte, e Tom Freeman, diretor de Cultura Organizacional da Headpsace, entre muitos outros.
A Forbes Portugal questionou este responsável sobre o que poderiam os participantes deste ano esperar do evento. Saiba a seguir tudo o que se vai passar este ano.
O que esperam para a edição deste ano da Happiness Camp?
Para esta 3ª edição da Happiness Camp, estamos a preparar uma série de novidades que irão tornar o evento ainda mais especial. Desde logo sendo, mais ambiciosos, esperamos receber 15.000 participantes de 50 nacionalidades, criando um ambiente verdadeiramente global e inclusivo, pelo que será, seguramente, uma excelente oportunidade para a troca de ideias e para a criação de redes de contacto com outros profissionais que estão alinhados com o propósito da felicidade corporativa.
Nesta edição continuamos a querer fazer a diferença, ajudando as pessoas a encontrarem a felicidade de diversas formas, especialmente no contexto do trabalho. O objetivo é que cada participante seja capaz de desenvolver a sua felicidade pessoal de maneira mais consciente, integrando essa procura no âmbito profissional. Para além da emissão de um certificado de formação oficial de oito horas, acreditado pela Happiness Business School, teremos dois palcos principais – o Happy Stage e o Joyful Stage powered by Vestas –, com vários oradores com experiência em empresas de dimensão internacional, como a Coca-Cola, Netflix ou LinkedIn, que trazem a sua visão sobre sustentabilidade humana, destacamos ainda os “Happiness Labs”, que são sessões mais técnicas que proporcionarão ferramentas práticas para aplicação imediata nas realidades profissionais dos participantes.
Esperamos receber 15.000 participantes de 50 nacionalidades, criando um ambiente verdadeiramente global e inclusivo, pelo que será, seguramente, uma excelente oportunidade para a troca de ideias e para a criação de redes de contacto”, refere o co-fundador do evento.
Teremos também duas áreas dedicadas ao desenvolvimento de soft skills – o “Playful Pitstop” e o “The Business Club” – visam proporcionar o enriquecimento das competências e conhecimentos sobre temas tão pertinentes na esfera laboral como a eficácia em comunicação, trabalho em equipa e construção de relações interpessoais.
É um evento de dimensão internacional que oferece inúmeras oportunidades, totalmente gratuito, permitindo a quem participa uma experiência verdadeiramente imersiva.
E que estratégias têm desenhadas para o evento nos próximos anos? A internacionalização (física) é um dos possíveis passos futuros? Ou a região do Porto será sempre a base do evento?
A Associação Happiness Camp trabalha todo o ano, tendo nesta conferência um dos seus ex-libris, naturalmente. A região metropolitana do Porto tem sido a nossa base, o nosso berço, e assumimos o desejo de fazer desta região um marco para este propósito, não só de falar de sustentabilidade humana, mas, acima de tudo, ter esse desígnio concretizado: ser um território de felicidade.
Somos ambiciosos sobre o crescimento e expansão do projeto. Primeiramente, para aumentar significativamente a adesão de participantes e empresas, continuando a reforçar a mensagem que passamos e as experiências que promovemos, tendo um impacto positivo e duradouro.
Uma das possibilidades para o futuro, que estamos a estudar, é a de estender a duração do evento, oferecendo uma programação ainda mais rica e diversificada, capaz de atrair um público de todas as origens. E sim, gostávamos de levar o Happiness Camp para outras geografias, para que mais pessoas possam beneficiar desta conferência que pode ter um efeito transformador nas comunidades. O compromisso passará sempre por crescer e evoluir.
Que novidades podem os participantes encontrar face à edição do ano passado?
Em destaque, desde logo, temos a agenda dos palcos principais, com oradores de excelência a partilharem as suas experiências e conhecimentos que adquiriram em grandes companhias de dimensão mundial. Teremos nesta edição responsáveis de cinco das maiores tecnológicas mundiais, como a Google, LinkedIn, Netflix e Spotify, oferecendo uma perspetiva única sobre a sustentabilidade humana numa grande organização, abordando temas como a cultura organizacional, a liderança, a inovação, a comunicação, o bem-estar, a diversidade, a equidade e a inclusão, entre muitos outros.
Nos “Happiness Labs”, sessões mais técnicas e intimistas, os participantes têm a oportunidade de explorar alguns estudos de casosobre diferentes áreas relacionadas com sustentabilidade humana, desde a linguagem corporativa inclusiva, o marketing de recrutamento, os benefícios do colaborador, um ambiente mais saudável e seguro, entre outros. Estas sessões terão o cunho de instituições académicas de renome internacional, como a IE University Madrid ou a Nova SBE.
Este ano apostámos ainda no “Playful Pitstop” e no “The Business Club”, onde os participantes poderão melhorar algumas competências como, por exemplo, a comunicação eficaz, o trabalho em equipa e a construção de relações interpessoais, num ambiente lúdico e descontraído. Falamos de sessões de meditação e mindfulness, para que os participantes consigam aprender skills práticas em como prevenir o burnout, por exemplo. Destacamos ainda o Dopamine Hub, um circuito de instalações artísticas projetado para estimular a produção de dopamina, proporcionando uma experiência sensorial única.
O evento conta este ano com a presença de conceituados oradores internacionais. Que contribuições se esperam destes responsáveis para o debate da felicidade nas organizações? Que temas trarão para cima da mesa?
O contributo de executivos destas grandes empresas é por nós considerado um enorme privilégio, acima de tudo porque estamos a proporcionar esta oportunidade aos participantes. A visão única e internacional que trazem sobre a sustentabilidade humana, numa perspetiva global, pode significar uma ressignificação de abordagens, métodos e até padrões em temas pertinentes como a cultura organizacional, a liderança, a inovação, a comunicação, o bem-estar, a diversidade, a equidade ou a inclusão.
No palco Happy Stage, vamos ter palestras de Lori George, ex-Diretora Mundial de Diversidade, Equidade e Inclusão na Coca-Cola, que discutirá estratégias de liderança orientadas para o propósito, ou Kerri Warner, Diretora Mundial de Comunicação Interna na Spotify, que abordará estratégias para criar proximidade numa era de trabalho híbrido e em empresas com centenas de colaboradores. Também Jen Fisher, Diretora de Sustentabilidade Humana da Deloitte e primeira Chief Wellbeing Officer do mundo, que vem falar sobre técnicas para criar equipas mais resilientes.
“Os oradores do evento foram escolhidos pelo que têm feito e pelo que representam. (…) têm um percurso que deve ser partilhado”, refere António Pedro Pinto.
No palco Joyful Stage, o foco estará em temas mais críticos e contemporâneos. Exemplo disso é o contributo de Sonya Barlow, CEO da LMF Network e apresentadora da BBC, que falará sobre a neurodiversidade e as expectativas da geração Z no mercado de trabalho, ou Zaheer Ahmad, Membro do Conselho de Diversidade, Equidade e Inclusão da Toyota Motors e membro independente na Premier League, que abordará o papel da diversidade na transformação organizacional, e ainda Stefanie Sword-Williams, CEO da Fuck Being Humble, discutirá o papel da autopromoção no bem-estar e produtividade, para dar alguns exemplos.
Estes oradores foram escolhidos pelo que têm feito e pelo que representam. Obviamente que estão em grandes empresas e organizações, mas têm um percurso que deve ser partilhado e que servirá como inspiração. Lori George, por exemplo, foi a primeira profissional a trabalhar política de DE&I – Diversity, Equity&Inclusion, introduzindo o debate sobre o “gender pay gap”, ou seja, as disparidades remuneratórias entre homens e mulheres.
O caso de Jen Fisher, um dos maiores nomes na área do bem-estar corporativo, primeira Chief Wellbeing Officer no mundo e autora de vários best-sellers e do podcast mais ouvido ligado à temática. Ou Nahal Yousefian, que vem falar de inovação, e tem um percurso que fala por si. Pertence à primeira geração de refugiados do Irão que migraram para os Estados Unidos, o que não a impediu de atingir o topo.
Que impacto – positivo ou negativo – a Inteligência Artificial terá no tema da felicidade corporativa? Que alterações são expectáveis?
Sem dúvida que a Inteligência Artificial é uma das tecnologias mais influentes e transformadoras do nosso tempo. Sabemos que está a criar oportunidades, mas, também, está a substituir empregos tradicionais, pois à medida que as máquinas assumem tarefas rotineiras e repetitivas, os seres humanos são livres para se concentrar em habilidades exclusivamente humanas, como a criatividade, a empatia e a tomada de decisões complexas.
É por isso que teremos Shujaat Ahmad, diretor da LinkedIn para a área de People Analytics – Future of Work Strategy & Innovation, que vem ao Happiness Camp 2024 falar precisamente sobre o impacto da Inteligência Artificial no mercado de trabalho do futuro. É um tema muito atual, crucial para o futuro das empresas e das organizações.
Sobre a recente criação da Associação Happiness Camp, em que consiste o projeto, quando foi lançado e qual é o principal objetivo? Quem são os vossos parceiros?
A vontade de criar a Associação Happiness Camp com a missão criar um território mais feliz para viver e trabalhar, surgiu muito pelos elevados índices de depressão e burnout que Portugal regista, um cenário preocupante. Enquanto owner do projeto Happiness Camp, realizamos anualmente esta conferência, mas a estrutura de Associação foi criada precisamente para não nos cingirmos apenas à realização de uma conferência anual. Queríamos garantir que o nosso trabalho era contínuo.
A Associação permite-nos levar a cabo outro tipo de atividades com o objetivo de melhorar o bem-estar pessoal e influenciar positivamente os ambientes de trabalho. Falamos de palestras, aulas de yoga, sessões de meditação e workshops sobre nutrição, entre outras atividades.
Temos também a preocupação de contribuir para um maior conhecimento, desenvolvendo investigação na área de sustentabilidade humana, até porque há ainda poucos estudos sobre a temática.
A associação assume também um papel dentro das organizações às quais se associa. Recentemente oferecemos 100 cursos em gestão de felicidade, a mais de 80 empresas na zona norte do país.
Para tal, assinámos protocolos com o IPAM, ISCAP e IE University Madrid, e o nosso primeiro estudo será sobre o impacto da Inteligência Artificial nos modelos de gestão de pessoas, e nas relações interpessoais.
Muitas destas entidades já são responsáveis pela formação do talento das empresas de forma contínua, como a Nova Business School, IE University of Madrid. Permite-nos também ter contacto dentro das universidades, especialmente, com as turmas dos cursos ligados à Gestão de Recursos Humanos, para garantir que estes alunos, futuros líderes de RH, têm acesso a palestras na área da felicidade corporativa, já que, infelizmente, ainda não é uma disciplina no currículo.
E claro, a associação assume também um papel dentro das organizações às quais se associa. Recentemente oferecemos 100 cursos em gestão de felicidade, a mais de 80 empresas na zona norte do país.