O acordo assinado entre China e Brasil para concessão recíproca de vistos até 10 anos para viagens de lazer, negócios ou por motivos familiares vai entrar em vigor a 19 de fevereiro, informou hoje a diplomacia chinesa.
Em comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros informou que os vistos vão permitir entradas múltiplas e uma estadia de até 90 dias por visita, até um máximo de 180 dias por ano.
Até à data, a duração máxima dos vistos entre os dois países era de cinco anos.
O acordo que tornou possível esta medida foi assinado em Brasília, em janeiro passado, pelo ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, e pelo homólogo brasileiro, Mauro Vieira, no âmbito da IV Reunião do Diálogo Estratégico Global Brasil – China, embora na altura não tenha sido especificada a data em que entraria em vigor.
“A iniciativa vai facilitar as viagens, incentivar a promoção de contactos diretos entre as nossas comunidades empresariais e impulsionar o turismo entre os nossos dois países”, disse na altura o ministro brasileiro.
De acordo com dados da autoridade de turismo do país sul-americano, 42.500 turistas chineses visitaram o Brasil no ano passado, ainda abaixo dos 68.580 registados em 2019, antes do início da pandemia da covid-19.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 e uma das principais fontes de investimento estrangeiro no país sul-americano.
O comércio entre os dois países atingiu um recorde de 157,5 mil milhões de dólares (mais de 146 mil milhões de euros) no ano passado, com as exportações brasileiras a ascenderem aos 104,3 mil milhões de dólares (quase 97 mil milhões de euros).
A China reabriu as fronteiras há um ano, após ter desmantelado a estratégia ‘zero casos’ de covid-19, e está agora a tentar atrair visitantes e reavivar o investimento estrangeiro, entre outras medidas para impulsionar uma recuperação económica mais lenta do que o esperado.
Em setembro, a China aprovou novas medidas para simplificar os pedidos de visto e facilitar o acesso dos estrangeiros aos sistemas de pagamento eletrónico do país.
Dois meses mais tarde, o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciou que os cidadãos de Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Malásia não precisarão de vistos para entrar no país este ano para estadias até 15 dias.
Pequim assinou também acordos de isenção de vistos com a Tailândia e Singapura, nos últimos meses.
Lusa