Sustentabilidade, Modernização de Infraestruturas, Inovação Tecnológica e Habitação
Desenvolver e modernizar a infraestrutura crítica, incluindo transportes, logística e telecomunicações, é essencial para melhorar a nossa conectividade interna e externa. Investir em mobilidade sustentável, redes de alta velocidade e infraestrutura digital pode impulsionar o crescimento económico, reduzir as disparidades regionais e promover a coesão territorial. Nesta linha, é igualmente importante libertar o potencial da inteligência artificial e acelerar a transição digital das empresas, especialmente as PMEs, bem como da administração pública, promovendo, também por via fiscal, a inovação tecnológica e o desenvolvimento de setores estratégicos como o digital, biotecnologia, energias renováveis e tecnologias verdes. Portugal deve ainda priorizar a transição para uma economia verde, investindo em energias renováveis e promovendo a eficiência energética. A sustentabilidade ambiental deve ser integrada em todas as políticas públicas para combater as alterações climáticas, proteger a biodiversidade e promover uma gestão sustentável dos recursos. O investimento em infraestruturas verdes e tecnologias limpas é fundamental para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, gerar emprego e liderar na economia verde europeia e global. Igualmente por via da inovação o setor da construção pode ser objeto de uma profunda transformação, assistindo-se à massificação de habitações acessíveis a baixos custos, fruto de tecnologias mais céleres e sustentáveis capazes de desenvolver projetos imobiliários de qualidade a uma pequena fração dos custos atuais.
Libertar o potencial do Capital Humano
Investir na educação e na formação de qualidade desde a infância e ao longo de toda a vida, indo muito para além do ensino superior, é essencial para promover uma cultura de valorização do trabalho e para formar uma população ativa capaz de responder aos desafios da modernidade, seja pelas suas competências técnicas e intelectuais, seja por características fundamentais como a adaptabilidade, a criatividade e o pensamento crítico. A promoção da inovação e da investigação científica devem ser uma prioridade para estimular o desenvolvimento de tecnologias avançadas e setores emergentes, como a digitalização, a biotecnologia e as energias renováveis. Apostar na educação e inovação é essencial para posicionar Portugal na vanguarda da economia global, gerando crescimento sustentável e empregos de alta qualidade. Só assim será possível ambicionar um aumento significativo dos salários mínimos e médios de forma sustentável. Mais, a via educativa e a promoção do voluntariado deverão servir igualmente de estímulos a uma participação cívica e política dos cidadãos na sociedade, promovendo uma cultura de valorização do mérito, de respeito pela diferença e de intervenção ativa perante injustiças e desigualdades. Devemos ambicionar que todos os cidadãos sejam de alguma forma agentes ativos nas suas comunidades e combatentes contra todas as formas de indiferença perante o sofrimento alheio. Promoveremos assim um sentido de pertença e de promoção do bem comum. Nesse contexto, as pessoas mais marginalizadas e em situação de maior vulnerabilidade devem ser sempre a primeira prioridade de intervenção e capacitação. A inclusão começa no bairro de cada um.
Reforma da Justiça e Combate à Corrupção
Reformar o sistema de justiça e torná-lo mais eficiente, célere, transparente e acessível é fundamental para reforçar a confiança nas instituições e promover um ambiente de negócios saudável. Estes objetivos ambiciosos apenas são possíveis com mudanças estruturais alavancadas no potencial da transição digital. O combate à corrupção deve ser intensificado através do fortalecimento das instituições de fiscalização, da promoção de maior transparência e da implementação de medidas rigorosas de prevenção. Uma justiça célere e eficaz e políticas sólidas de combate à corrupção, são essenciais para garantir a igualdade de acesso à justiça, atrair investimentos e sustentar o desenvolvimento económico e social.
Saúde e Bem-Estar para Todos
Garantir o acesso universal a cuidados de saúde de qualidade é essencial para assegurar o bem-estar da população e a sustentabilidade do sistema de saúde. É essencial que a transição digital, com particular enfoque no papel que irá desempenhar a inteligência artificial, sirvam de alavanca para as reformas estruturais que permitirão mudar o atual foco do SNS e demais sistema de saúde. Ao invés de se limitar a reagir às doenças à medida que vão sendo diagnosticadas, como acontece hoje, é essencial que tenhamos um sistema proativo capaz de prevenir as doenças (ou diagnosticá-las precocemente) e promover a saúde e bem-estar. Tal exige termos a capacidade de medir os indicadores de saúde de cada cidadão e os resultados de saúde pelos quais cada profissional de saúde é responsável. Assim, seremos finalmente capazes de criar incentivos (financeiros e outros) por todo o sistema de saúde que possam premiar os profissionais e que contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos sob a sua responsabilidade. Mais, perante os desafios demográficos (envelhecimento populacional) e de saúde mental, é fundamental fundir a área assistencial do Ministério da Solidariedade e Segurança Social com o Ministério da Saúde, criando para o efeito um único Ministério da Saúde e do Bem-Estar. Investir na saúde é investir no capital humano do país, promovendo uma sociedade mais produtiva, inclusiva, próspera e feliz.
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