O juiz federal James E. Boasberg deu a Mark Zuckerberg e a investidores do Facebook cerca de um trilião de razões para sorrir ao pôr de lado vários casos antitrust trazidos pela FTC e autoridades estatais, recusando a campanha mais concertada realizada até agora para monitorizar a rede social.
A decisão valorizou as ações do Facebook, permitindo que a empresa ultrapassasse pela primeira vez o limiar de 1 trilião de dólares em valor de mercado. Estas ações em ascensão foram um trunfo tanto para o acionista comum como para o bilionário: O aumento de 4,1% no preço das ações durante o after-hour acrescentou 5,1 mil milhões de dólares à fortuna de Zuckerberg. (Isto fez de Zuckerberg, pela primeira vez, a quarta pessoa mais rica do mundo, mais rica do que Bill Gates).
A decisão de Boasberg sublinha as complexidades sobre o futuro do Facebook. A empresa foi alvo das mais variadas críticas ao nível do tratamento dos dados dos utilizadores, na expetativa de que houvesse um golpe no Facebook, reduzindo a sua escala e importância e impondo maior regulação. Recorde-se que o caso antitrust girava em torno da aquisição do Instagram pelo Facebook em 2012 e da sua compra do WhatsApp dois anos mais tarde.
Mas ter o Facebook à perna não vai ser tão fácil como os seus detratores poderiam esperar. O juiz deu à agência 30 dias para voltar a apresentar novos argumentos, mas apesar de uma enorme e constante quantidade de notícias negativas durante grande parte dos últimos quatro anos, o Facebook tem sido um vencedor. As suas ações duplicaram desde março de 2018, quando as ramificações completas do Cambridge Analytic se tornaram públicas, dando início a esta nova era na história do rede social. Durante esse período, o S&P 500 subiu menos de 60% – enquanto Zuckerberg viu a sua fortuna passar de menos de 60 mil milhões de dólares para quase 130 mil milhões de dólares.