É concluído em junho um dos maiores centros de negócios em Portugal, o World Trade Center (WTC). A infraestrutura está a nascer em Carnaxide, Oeiras, às portas de Lisboa, e representa um investimento de 120 milhões de euros, tendo como responsável o grupo promotor do Porto Foz Vintage, do FVC Group.
Em conversa com a Forbes, Vasco Fonseca, COO do FVC Group, explica os contornos do projeto.
Já há uma data mais concreta para a inauguração do World Trade Center de Lisboa?
Vasco Fonseca (VF): Prevemos a conclusão do projeto no mês de junho. A partir dessa data avançamos para o processo habitual de entrada dos vários ocupantes e as suas obras de fit out office, estimando-se, para já, a conclusão deste processo na segunda quinzena do mês de julho.
O valor do investimento de 120 milhões de euros diz respeito apenas à primeira fase, a qual abrange as torres de escritórios. Qual será o valor para a fase seguinte, para a construção do hotel? Quando se prevê que o hotel fique construído?
VF: O investimento de 120 milhões de euros representa o total do projeto, desde os escritórios, retalho e hotel.
Numa altura de teletrabalho, qual foi o objetivo de abrirem um polo de escritórios com esta dimensão?
VF: Atualmente já com bastantes meses de experiência relativamente ao teletrabalho, podemos tirar algumas conclusões. É evidente que a pandemia gerou incerteza e dúvidas, mas em pouco tempo, começámos a perceber que estávamos no caminho certo. Sabemos que o teletrabalho se apresentou uma solução interessante, mas também sabemos que a interação e o contacto no espaço de trabalho têm um impacto profundo na cultura das empresas. O que verificamos é que um espaço de sede continua a ser fundamental, tanto para as empresas, como para os colaboradores. E o WTC Lisboa pretende criar as condições ideais para tirar o máximo proveito de todos os formatos. Pretendemos que as pessoas interajam com o espaço não só para trabalhar, mas para desfrutarem de toda a envolvência e valências dos edifícios. O bom ambiente, as infraestruturas, o conciérge, a luz, o conforto. Isso é o que diferencia, verdadeiramente, o WTC. Quando olhamos para esta zona do Oeiras Valley, efetivamente não encontramos nada que reúna todas estas características. As acessibilidades, a visibilidade que as empresas neste espaço irão ter, a zona residencial a crescer, o sistema de transportes. Tudo isto vai atrair as pessoas para este espaço, que está preparado para um futuro que acabou por surgir antes do que prevíamos, mas que é hoje a realidade.
“Sabemos que o teletrabalho se apresentou uma solução interessante, mas também sabemos que a interação e o contacto no espaço de trabalho têm um impacto profundo na cultura das empresas”.
Quantas empresas preveem que venham a ter aqui os seus escritórios?
VF: Dependerá do espaço a ocupar por cada empresa sendo que a dimensão mínima de cada escritório é de 1.000 m2. Nesta altura, e já com 60% de ocupação, estão confirmadas três empresas.
Quantos trabalhadores poderão trabalhar no novo WTC Lisboa?
VF: Estão previstas cerca de 2500 pessoas nos escritórios WTC, a que acrescem os colaboradores nas áreas comerciais, de restauração e, futuramente, hotel.
Que empresas terão as suas sedes instaladas no World Trade Center Lisboa, além das que já anunciaram, casos de Worten, Bayer e Helm?
VF: Atualmente, para além da Worten, Bayer e Helm, temos a sede de escritórios do FVC Group em Lisboa e o YOTEL no espaço dedicado ao hotel que dispomos. De momento estamos a fechar também com uma farmácia e uma clínica.
Qual será a tipologia de escritórios que disponibilizarão, em termos de áreas e número de salas por escritório por empresa?
VF: A área total do World Trade Center Lisboa é de 35.000m2, sendo que 25.000m2 dessa área representam o espaço para escritórios. Cada escritório terá uma área mínima de 1.000 m2, com um espaço previsto por colaborador de x metros quadrados. A disposição e organização do espaço dependerá de cada empresa.
No arranque, qual será a ocupação em percentagem que o empreendimento terá?
VF: Neste momento, relativamente à comercialização total dos espaços do World Trade Center, temos 75% de ocupação, considerando escritórios, retalho e hotel.
Os contratos de ocupação por empresa que estão a realizar são por quantos anos?
VF: No World Trade Center temos com os ocupantes apenas situações de contratos de utilização de espaços com serviços. Todos os contratos são de médio, longo prazo.
Além dos escritórios e de um hotel, o empreendimento terá ainda farmácia e ginásio. Quais serão as empresas destas áreas que estarão presentes no WTC?
VF: O WTC está, neste momento, a fechar esse dossier, sendo ainda prematuro avançar com os nomes das empresas. Quando todo o processo estiver concluído, faremos o anúncio das empresas das referidas áreas.
O World Trade Center terá um hipermercado Continente. Isso vai complicar os acessos rodoviários, causando entropia para quem trabalha nos escritórios do WTC Lisboa. Como pensaram resolver esta questão?
VF: Não cremos que o Continente vá criar dificuldades nos acessos. A nossa preocupação é até criar uma forma de os colaboradores e visitantes do espaço WTC, encontrem tudo o que necessitem, sem terem que sair da área do empreendimento, precisamente para tornar mais ágeis os processos e a gestão de tempo de cada um, equilibrando o melhor possível o lado profissional com a vida pessoal.
Em termos de acessos: quem venha na A5 qual será a saída mais direta para o World Trade Center, tanto no sentido Lisboa/Cascais, como no sentido Cascais/Lisboa? O que vão aconselhar?
VF: Com transporte próprio, o acesso mais direto será via Carnaxide, em ambos os sentidos. São também várias as opções de transporte do WTC Lisboa tanto para o centro de Lisboa como para todas as outras localidades da região. A rede de autocarros Vimeca assegura a ligação com a Praça Marquês de Pombal, no centro de Lisboa que, por sua vez, oferece várias opções de transporte para toda a cidade.
Os comboios da CP que fazem a ligação entre Cascais a Lisboa contam com estações em pontos estratégicos da capital como Algés, Belém ou Cais do Sodré.
O Valley Shuttle é um serviço de transporte de passageiros totalmente gratuito, disponibilizado pela Câmara Municipal de Oeiras.
Este serviço assegura a ligação entre a estação de caminho-de-ferro de Paço de Arcos e os diversos parques empresariais no Oeiras Valley, entre os quais o WTC Lisboa.
A mesma pergunta para a CRIL: qual o acesso mais direto?
VF: Na CRIL existe um acesso directo ao WTC Lisboa.
Juntamente com a Brisa, não está prevista a construção de um acesso mais direto? A partir da autoestrada A5? E em termos de CRIL?
VF: Não, de momento o edifício já tem várias alternativas, de acessibilidade, pelo que não se prevê, a curto prazo, a criação de novos acessos.
Haverá um milhar de lugares de estacionamento. Desses quantos serão à superfície e quantos serão subterrâneos e distribuídos por quantos pisos?
VF: Os lugares ao ar livre representam uma percentagem de 20%, face ao total dos lugares de estacionamento.
Quantos postos de carregamento para veículos elétricos terão?
VF: O espaço estará munido de estacionamento dedicado a cerca de 120 veículos sustentáveis e carregadores elétricos, estando já em curso o processo de adaptação das infraestruturas, para mais lugares.
O WTC Lisboa é o primeiro centro de escritórios pet-friendly em Portugal. Na prática, isso o que significará?
VF: Sendo o primeiro empreendimento de escritórios português a adotar uma política pet friendly, significa que vai permitir a circulação de animais de estimação no espaço, sempre que necessário.
Nos planos da rede World Trade Center está previsto um empreendimento idêntico no Porto?
VF: Não há neste momento um plano nesse sentido, mas é possível que tal se venha a concretizar futuramente.