Opinião

Why Portugal? Why Not…

Ana Rita Feijão

Portugal é reconhecido internacionalmente pelas suas exportações. Vinho, produtos alimentares, têxteis, veículos, máquinas — são apenas alguns exemplos. Mas há outro recurso que o país também pode e deve exportar: o talento. Seja no desporto, no cinema ou na música, são inúmeros os exemplos de profissionais portugueses que construíram carreiras no estrangeiro ou que, permanecendo em Portugal, se tornaram verdadeiros embaixadores do país além-fronteiras.

Foi com essa visão que, há oito anos, nasceu a Why Portugal. O nosso objetivo era — e continua a ser — contribuir para a internacionalização dos profissionais da música portuguesa, nos seus mais variados setores e segmentos. A pergunta que nos colocavam frequentemente era: Porquê Portugal? Num contexto global altamente competitivo, o que distingue a música portuguesa?

A resposta, para nós, era evidente: o talento. A verdadeira questão era — e continua a ser — Por que não Portugal?

Desde então, temos trabalhado para criar pontes entre os profissionais nacionais e os mercados internacionais, promovendo artistas, músicos, agentes, produtores e programadores em diversos eventos estratégicos, ao lado de entidades parceiras e redes internacionais.

Portugal é um país de dimensões reduzidas, com recursos limitados, mas com um potencial criativo inegável. A existência de mecanismos que facilitem o acesso a redes internacionais — como plataformas de promoção, eventos profissionais, missões internacionais e showcases — é essencial para que o talento nacional possa ter visibilidade e oportunidades de desenvolvimento.

Ainda assim, é importante reconhecer que o talento, por si só, não é suficiente. Oito anos depois, os números falam por si: Portugal participou em quase 50 missões internacionais, organizou cerca de 120 showcases e tem atualmente cerca de 500 artistas inscritos na plataforma Why Portugal. Este caminho tem sido possível graças a uma combinação de estratégia, persistência e dedicação.

Nem todos os artistas conseguem alcançar o sucesso à primeira (ou à segunda, ou à terceira tentativa). Nem todos têm acesso às mesmas redes ou oportunidades. É precisamente para apoiar estes profissionais — que representam a maioria do setor — que existem estruturas como a Why Portugal. Através de sessões de networking, apresentações ao vivo e momentos de contacto direto com programadores e agentes internacionais,

procuramos criar condições para que os artistas portugueses possam dar os primeiros passos no mercado global.

É certo que nenhuma destas ações garante, por si só, uma carreira internacional. Mas todas elas são passos fundamentais num caminho que pode transformar uma oportunidade em reconhecimento.

Uma carreira na música constrói-se passo a passo. O sucesso, muitas vezes atribuído à sorte, é quase sempre o resultado de muito trabalho. E é por isso que continuamos a perguntar, com convicção: Why Portugal? Why not…

Ana Rita Feijão,
Direção Executiva da Why Portugal

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