Um ano depois de ter sido apresentada ao mundo, a Amália voltou a ser protagonista na Web Summit. O modelo de linguagem português – desenvolvido com o objetivo de dar autonomia tecnológica e identidade linguística ao país na era da inteligência artificial – foi destacado pelo ministro Adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, como uma das peças-chave da nova estratégia nacional para a IA.
Durante a inauguração oficial do evento, o ministro afirmou que Portugal quer posicionar-se como um centro global de inovação e inteligência artificial, apostando em três pilares: infraestruturas digitais, capacitação de pessoas e utilização responsável da tecnologia.
“Com a Amália, estamos a dar respostas que não conseguíamos dar ontem. Queremos dar a cada estudante um tutor de IA que escuta, guia e inspira a sua aprendizagem, dar a cada cidadão uma mão para navegar no Estado com simplicidade e dar a cada empresa o poder de imaginar, criar e moldar o seu futuro”, afirmou Gonçalo Matias.
Mais do que um projeto tecnológico, a Amália é apresentada como um instrumento de soberania digital. Um modelo de linguagem capaz de compreender e gerar português europeu com contexto cultural, algo que distingue este sistema de alternativas internacionais. A ambição é fazer de Portugal um produtor – e não apenas um utilizador – de inteligência artificial.
Candidatura a gigafábricas de IA
A Amália insere-se na Agenda Nacional de Inteligência Artificial, que será oficialmente apresentada nas próximas semanas e que prevê um impacto económico estimado em 2,3 biliões de euros até 2030. Parte dessa estratégia inclui a candidatura de Portugal para acolher gigafábricas de IA europeias, num investimento superior a 16 mil milhões de euros, e o desenvolvimento de uma cloud nacional para garantir independência e segurança de dados.
“Portugal está a construir um Estado mais inteligente, mais rápido e mais responsivo. O nosso objetivo é um Estado ágil, transparente e inteligente, que transforma informação em ação e desafios em oportunidades”, disse o ministro, sublinhando que a transformação digital depende das pessoas – e que o país quer formar dois milhões de cidadãos com competências digitais até 2030.
Segundo o Governo, Portugal reforça ainda o seu papel no ecossistema europeu de IA, beneficiando de uma posição geoestratégica privilegiada e um ecossistema tecnológico consolidado, com polos de inovação e universidades que alimentam talento digital.





