VW Autoeuropa vai analisar “serenamente” os resultados da votação do pré-acordo laboral

Os trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa rejeitaram o segundo pré-acordo laboral que seria válido ao longo destes três anos. De acordo com os dados da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, a que a FORBES teve acesso, 3.932 colaboradores exerceram o direito de voto, sendo que 57,7% chumbaram o pré-acordo que previa aumentos salariais em torno dos…
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Ainda não foi desta que há acordo laboral entre trabalhadores e administração da VW Autoeuropa. O pré-acordo a três anos e previa um aumento de 6,8% foi chumbado por 57,7% dos colaboradores.
Economia

Os trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa rejeitaram o segundo pré-acordo laboral que seria válido ao longo destes três anos. De acordo com os dados da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, a que a FORBES teve acesso, 3.932 colaboradores exerceram o direito de voto, sendo que 57,7% chumbaram o pré-acordo que previa aumentos salariais em torno dos 6,8% em 2024 (com um valor mínimo de 100 euros), de 2,6% em 2025 (com um mínimo de 50 euros), e 2026. Apenas 41,8% dos trabalhadores votaram a favor, sendo que a abstenção situou-se em 19,6%.

Face a este resultado, o órgão que representa os colaboradores da fábrica de Palmela garante em comunicado que “vai exigir à empresa o regresso à mesa de negociações”. Ainda não haverá uma data oficial para o regresso das negociações, mas certo é que amanhã irá decorrer a reunião regular com os recursos humanos e, eventualmente, o tema será levantado.

Contactado pela FORBES, fonte oficial da VW Autoeuropa apenas assumiu que a administração “vai analisar serenamente os resultados” da votação e escusou-se a avançar com mais comentários.

Face a este pára-arranca e para que a paz social regresse à Autoeuropa, em cima da mesa estarão dois cenários: ou a administração da unidade fabril aceita novas negociações ou então opta por uma decisão administrativa sem concertar com os colaboradores, como já aconteceu noutras ocasiões.

No início de março já tinha sido apresentado um primeiro pré-acordo laboral que também foi rejeitado depois de dois plenários.

Nas primeiras negociações, os trabalhadores exigiam um aumento salarial de 8% para 2024 enquanto a administração propunha 5%, tendo acabado por fechar um pré-acordo que previa o aumento de 6,8%.

O documento que foi a votos esta terça e quarta-feira incluía ainda um prémio de objetivos anual, em média, acima dos 2500 euros a cada trabalhador, e um prémio único, a atribuir em 2025, que deveria ser equivalente a um mês de salário, pelo lançamento do novo modelo híbrido T-Roc, cuja produção deverá arrancar no próximo ano.

O diretor-geral da VW Autoeuropa, Thomas Hegel Gunther, chegou a admitir, no final de março, numa comunicação interna aos trabalhadores, que este acordo significava “um dos aumentos salariais mais altos na história da Volkswagen/Autoeuropa”.

A unidade fabril do universo Volkswagen fechou 2023 com um volume de produção de 220 100 unidades do modelo T-Roc e continua a ser um dos principais exportadores nacionais.

Os números da votação:

  • 4.888 trabalhadores inscritos
  • Exerceram o direito de voto 3.932
  • 1.645 (41,8%) votaram a favor do pré-acordo
  • 2.268 (57,7%) votaram contra
  • 956 abstenções (19,6%)
  • 10 votos em branco e nove nulos

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