A VTEX, empresa unicórnio brasileira cotada na bolsa de Nova Iorque que criou uma plataforma de comércio digital utilizada por mais de 2.600 clientes a nível mundial, escolheu Portugal como base estratégica para a expansão na Europa. Desde que chegou ao País a VTEX tem assumido o papel principal na transformação digital de algumas marcas conhecidas de diferentes setores como a Delta Cafés, a Ageas ou a Quebramar. Ciente da importância de Lisboa no ecossistema tecnológico global, a multinacional escolheu a capital lisboeta para realizar amanhã, dia 11, o VTEX Connect Europe 2025 que irá juntar no Pavilhão Carlos Lopes líderes mundiais do comércio digital, entre outras personalidades. No evento de Lisboa, uma das personalidades em destaque é o keynote speaker Rafael Nadal que conquistou o mundo nos campos de ténis, mas que também tem trilhado um percurso ligado à tecnologia e inovação. Em entrevista á Forbes Portugal, o VP Growth Southern Europe da VTEX, Thiago Borba, explica que Rafael Nadal é o exemplo perfeito do que significa disciplina, foco e resiliência, valores que definem não só o desporto, mas também a forma como as empresas devem encarar a transformação digital. E acrescenta que Nadal representa a transição entre performance e propósito: de atleta campeão a empreendedor global. Thiago Borba salienta que, no VTEX Connect Europe a tecnológica pretende mostrar que o sucesso digital é construído com o mesmo espírito de superação e consistência que se vê nos grandes campeões.
O gestor detalha ainda a estratégia desenhada para Portugal, um mercado que garante representa tudo aquilo em que a empresa acredita: talento, inovação e colaboração.
Qual o retrato que é possível fazer da atividade da VTEX?
A VTEX é mais do que uma plataforma de comércio digital, é um ecossistema global que impulsiona o crescimento de empresas em diferentes mercados e modelos de negócio. Estamos presentes em dezenas de países e trabalhamos lado a lado com marcas que confiam em nós para escalar de forma sustentável, eficiente e humana, tal como demonstram os nossos números: 43 países, mais de 2.400 clientes, em 2024 atingimos 226,7 milhões de dólares em receita global, um crescimento de 12,5%, e processamos 9,18 mil milhões de dólares em volume de encomendas só no primeiro semestre de 2025. O nosso propósito é simples e poderoso: tornar o comércio menos complexo e mais colaborativo. Acreditamos que tecnologia só tem valor quando aproxima as pessoas e é exatamente isso que fazemos todos os dias, ajudando marcas a conectar-se com os seus clientes de forma inteligente, personalizada e sem barreiras.
Portugal tem-se tornado um dos principais hubs da VTEX na Europa. O que levou a empresa a escolher o País como base estratégica e o que distingue o ecossistema português?
Portugal representa tudo aquilo em que acreditamos: talento, inovação e colaboração. O País tem um ecossistema tecnológico vibrante, uma geração de profissionais qualificados e uma mentalidade aberta ao mundo. É um terreno fértil para a construção de soluções com impacto global. Escolher Portugal foi uma decisão estratégica e, ao mesmo tempo, natural. Queremos estar próximos dos nossos clientes, compreender as suas dinâmicas e ajudá-los a crescer com uma plataforma que já nasce pronta para o mundo. Lisboa é hoje um ponto de encontro entre a criatividade e a tecnologia e a VTEX quer ser uma das forças que consolida esse papel no mapa europeu.
Que papel desempenha a operação portuguesa dentro da estrutura global da VTEX e quais são as ambições de crescimento para os próximos anos?
Portugal é o coração da nossa expansão no sul da Europa. É daqui que criamos pontes entre mercados, entre culturas e entre empresas que querem crescer com base em tecnologia e propósito. A operação em Lisboa complementa outros hubs estratégicos como Barcelona, reforçando uma dinâmica regional onde partilhamos conhecimento, talento e visão. As nossas ambições são claras: continuar a crescer com consistência, mas sobretudo com relevância ajudando cada cliente a tirar o máximo valor do seu negócio. O futuro da VTEX passa por fortalecer esse ecossistema que une empresas, parceiros e pessoas num mesmo ritmo de transformação.
Como tem sido a aceitação do mercado português, tanto por parte das marcas como do talento local?
Tem sido extraordinária. As marcas portuguesas estão cada vez mais conscientes de que a digitalização é mais do que um canal de venda, é um caminho de evolução. Encontramos aqui empresas que querem inovar, desafiar-se e colaborar, e é inspirador fazer parte desse movimento. Também encontramos um talento incrível: profissionais curiosos, ágeis e com uma mentalidade global. Trabalhar com eles é um processo de aprendizagem mútua. Crescemos juntos, aprendemos juntos e criamos impacto juntos. É isso que dá vida à VTEX: a soma de pessoas e ideias que acreditam no poder do coletivo.
Lisboa tornou-se um ponto de encontro de inovação, talento e investimento. Como vê o posicionamento da cidade no mapa tecnológico europeu e o que atrai empresas globais como a VTEX?
Lisboa vive um momento extraordinário. É uma cidade que respira inovação, um lugar onde o talento encontra oportunidade e onde a tecnologia ganha alma. Nos últimos anos, Lisboa deixou de ser apenas um destino inspirador para se tornar um verdadeiro laboratório de transformação digital. O que atrai empresas como a VTEX é esse equilíbrio raro entre qualidade de vida, energia criativa e capacidade técnica. Aqui, a inovação acontece de forma natural, humana e colaborativa. E é por isso que acreditamos tanto neste ecossistema, porque ele reflete exatamente o tipo de futuro que queremos construir: tecnologia com propósito e impacto coletivo.
Que impacto espera que a presença da VTEX tenha na consolidação de Portugal como destino de tecnologia e comércio digital?
Queremos que a presença da VTEX vá muito além da tecnologia. O nosso papel é inspirar, conectar e impulsionar. Quando criamos o VTEX Connect Live Lisbon, por exemplo, foi com a intenção clara de colocar Portugal no centro da conversa global sobre o futuro do digital commerce. O evento simboliza o que acreditamos: colaboração, troca e comunidade. Ao trazer para Lisboa líderes mundiais, parceiros e marcas de referência, mostramos que o país tem talento, ambição e capacidade de competir ao mais alto nível. Acreditamos que cada ação da VTEX aqui contribui para fortalecer a imagem de Portugal como um dos grandes protagonistas da economia digital europeia.
A VTEX já trabalha com marcas nacionais como o grupo Nabeiro, Ageas Portugal e Quebramar. Que exemplos pode destacar do impacto da empresa na transformação digital destas organizações?
Cada projeto em Portugal representa uma história de crescimento partilhado. O grupo Nabeiro, por exemplo, é um caso emblemático do poder do ecossistema VTEX. Através do projeto Delta House, o grupo está a construir um marketplace que reúne marcas próprias e também parceiros externos, criando um ambiente digital colaborativo e uma oferta mais completa para o consumidor. O resultado é uma nova forma de relacionamento com o cliente, baseada em dados e proximidade. Essa visão permite ao grupo Nabeiro compreender melhor os seus consumidores e criar experiências mais personalizadas, reforçando a ligação emocional com cada marca. Com a Quebramar, desenhámos uma estratégia omnicanal robusta, que unifica as operações físicas e digitais. Hoje, a marca vende de forma integrada e eficiente, com resultados que crescem de forma consistente ano após ano — tanto em volume como em presença de mercado. E o mesmo acontece com o marketplace da Médis, que vai muito além da tecnologia: criou-se um novo ponto de contacto com o cliente, onde a relação passa a ser diária e relevante. Em todos estes casos, o papel da VTEX não é apenas fornecer uma plataforma, mas ajudar as marcas a construir relações mais fortes e duradouras com os seus clientes. Crescimento, eficiência e proximidade, é isso que nos move.
Quais são os principais desafios e oportunidades que identifica para as empresas portuguesas no processo de digitalização do comércio?
O grande desafio é ver a digitalização como uma estratégia de negócio, não apenas como tecnologia. Ainda há empresas que olham para o digital como um canal separado, quando na verdade ele deve ser o fio condutor de toda a operação. Mas é aí que está também a oportunidade. Portugal tem talento, visão e criatividade para criar experiências digitais únicas. A combinação entre dados, inteligência artificial e empatia humana pode levar as marcas portuguesas a competir globalmente, sem perder a autenticidade local. O futuro pertence a quem souber transformar tecnologia em relação e é exatamente nesse ponto que a VTEX quer estar: onde o digital encontra o humano.
Em que medida a plataforma da VTEX está a redefinir a forma como as marcas criam experiências de compra mais humanas, integradas e inteligentes?
Acreditamos que o futuro do comércio não é apenas digital, é humano. A tecnologia da VTEX existe para unir o que muitas vezes está separado: canais, dados, equipas e, sobretudo, pessoas. Ao integrar tudo num mesmo ecossistema, criamos experiências mais fluidas para o consumidor e operações mais ágeis para as empresas. O segredo está na simplicidade. As marcas conseguem oferecer jornadas consistentes e personalizadas, sem fricção, enquanto os seus times ganham autonomia para inovar e responder rapidamente ao mercado. A inteligência artificial, os dados e a experiência humana trabalham juntos, porque o digital, para nós, nunca foi sobre máquinas, mas sobre relações.
O VTEX Connect Europe é um dos maiores eventos internacionais de comércio digital e este ano aposta em Lisboa. O que motivou a escolha da cidade e quais serão os grandes temas?
Lisboa tem tudo o que um evento como o VTEX Connect representa: diversidade, energia criativa e espírito de colaboração. Depois de Nova Iorque, México e Barcelona, trazer o evento para Portugal é uma forma de celebrar o crescimento do ecossistema europeu e colocar o país no centro da conversa global sobre o futuro do digital commerce.
Nesta edição, queremos explorar como a tecnologia pode ser uma ponte – não uma barreira – entre marcas, pessoas e mercados. Falaremos sobre inteligência artificial, sustentabilidade e a importância da experiência omnicanal, mas sempre com um olhar humano: o que realmente conecta uma marca ao seu cliente e como podemos usar a tecnologia para fortalecer essa relação.
O evento contará com a presença de Rafael Nadal e de grandes líderes do setor. Qual o contributo que um desportista de alta competição pode trazer para o mundo do comércio digital?
O Rafael Nadal é o exemplo perfeito do que significa disciplina, foco e resiliência, valores que definem não só o desporto, mas também a forma como as empresas devem encarar a transformação digital. No VTEX Connect Lisbon, queremos inspirar líderes a adotar essa mentalidade: superar desafios, adaptar-se constantemente e buscar a excelência todos os dias. Nadal representa essa transição entre performance e propósito: de atleta campeão a empreendedor global. É essa energia que queremos trazer para o palco: mostrar que o sucesso digital é construído com o mesmo espírito de superação e consistência que vemos nos grandes campeões.
Que impacto espera que o evento tenha para o ecossistema tecnológico e empresarial português, tanto em visibilidade como em oportunidades de negócio?
O VTEX Connect Lisbon é mais do que um evento, é um ponto de encontro entre inovação, talento e oportunidade. Queremos que as empresas portuguesas se vejam refletidas neste palco global e que encontrem aqui novas parcerias, ideias e caminhos para crescer. Acreditamos que este momento pode marcar uma nova fase para o ecossistema nacional, com maior visibilidade internacional e uma rede de colaboração ainda mais forte. Lisboa tem tudo para ser um epicentro de transformação digital, e a VTEX quer ajudar a acelerar essa jornada, ligando marcas, parceiros e pessoas com uma mesma visão de futuro.
A VTEX cresceu de forma consistente e consolidou-se como referência global. Que fatores explicam esse desempenho e quais são as prioridades estratégicas para os próximos anos?
O nosso crescimento é resultado de algo muito simples, mas poderoso: confiança. Confiança das marcas que escolhem a VTEX como parceira, confiança dos parceiros que fazem parte do nosso ecossistema e confiança da nossa equipa, que todos os dias entrega inovação com propósito. Temos hoje presença em 44 países, colaborando com milhares de marcas líderes nos setores de retalho, indústria, moda, alimentação, desporto e serviços, todas a usar a nossa tecnologia para escalar com eficiência e construir novas formas de relacionamento com o cliente. As nossas prioridades para os próximos anos são claras: continuar a investir em inteligência artificial, integração omnicanal e eficiência operacional, mas sempre com uma visão humana. A VTEX quer ser o lugar onde as empresas crescem com menos complexidade, mais colaboração e impacto real.
Como imagina o futuro do comércio digital nos próximos anos e qual será o papel da VTEX nesse cenário?
O futuro do comércio será mais inteligente, mais sustentável e profundamente humano. A inteligência artificial deixará de ser apenas uma ferramenta de automação para se tornar uma aliada estratégica das empresas capaz de prever comportamentos, personalizar experiências e libertar as equipas para se concentrarem no que realmente importa: criar valor e construir relações. Na VTEX, acreditamos que o verdadeiro poder da IA está na sua capacidade de ampliar o potencial humano. Queremos ser a plataforma que orquestra esse equilíbrio – entre dados e emoção, entre escala e personalização – ajudando as marcas a crescer com propósito e relevância. O futuro não será dominado pela tecnologia, mas por quem souber usar a tecnologia para aproximar pessoas. E é exatamente aí que a VTEX quer continuar a liderar.
Que mensagem deixaria às empresas portuguesas que ainda encaram a digitalização como um desafio e não como uma oportunidade?
A transformação digital não é sobre vender online, é sobre repensar a forma de criar valor. O mercado está a mudar rapidamente, e Portugal tem tudo o que precisa para liderar essa nova era: talento, criatividade e uma visão global que poucos países têm. O mais importante é dar o primeiro passo. Escolher os parceiros certos, adotar a tecnologia certa e acreditar que é possível crescer de forma sustentável. A VTEX existe exatamente para isso: para transformar ambição em execução, e desafio em oportunidade. Porque, no fim, o digital é um meio. O verdadeiro motor de mudança são as pessoas que acreditam no que fazem e constroem o futuro em conjunto.





