A escalada de insolvências empresariais parece não dar tréguas e continuam numa tendência de crescimento. A Capitalizar – Consultoria Fiscal e Financeira revela que, em agosto, registou-se uma subida superior a 116%, em relação ao período homólogo de 2022, traduzindo-se em 2.485 insolvências, isto com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
No que se refere às características das entidades que registam o maior número de insolvências, a Capitalizar conclui que são as micro e pequenas empresas – com um volume de negócios inferior a 500 mil euros – que continuam a registar o maior número de insolvências. Numa análise geográfica, Lisboa e Porto são os distritos que apresentam o maior número de casos: 566 e 546, respetivamente.
Os setores com mais insolvências face a 2022 são: transportes (14%), outros serviços (13%), agricultura, caça e pesca (7%), construção e obras públicas (4,3%), comércio a retalho (2,9%), indústria transformadora (2,6%) e hotelaria e restauração (2,3%).
A consultora justifica este aumento com “os desafios económicos e financeiros que muitas empresas enfrentam devido à instabilidade económica global”. Face a este cenário, a consultora alerta que “é importante travar a escala de insolvências” e destaca “como fatores determinantes para o turnaround das empresas: um diagnóstico financeiro atempado e o apoio especializado”.
Ainda com base nos últimos dados do INE, a Capitalizar sublinha que Portugal registou um aumento de 25% nas insolvências empresariais no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022.
O Partner da Capitalizar, José Pedro Pais, salienta que “o aumento das insolvências empresariais é um sinal claro de que as empresas em Portugal estão a enfrentar dificuldades financeiras significativas. No entanto, é fundamental entender que a insolvência não é o único caminho a seguir”. José Pedro Pais lembra que “o diagnóstico financeiro atempado e o apoio especializado são fatores determinantes no turnaround das empresas. Identificar e abordar os problemas financeiros de forma proativa é fundamental para evitar que uma situação de insolvência se torne inevitável”.