Em 1926, o explorador norueguês Roald Amundsen sobrevoou o Pólo Norte num dirigível chamado Norge – marcando a primeira viagem comprovada da humanidade ao Pólo.
Quase um século depois, os exploradores principiantes em breve poderão reencenar esse feito incrível com uma aventura de dirigível, graças à OceanSky Cruises.
A empresa sueca, fundada em 2014, passou os últimos anos a desenvolver um dirigível “mais leve que o ar” que, uma vez construído, será capaz de voar por dias seguidos para alguns dos locais mais remotos do mundo.
O dirigível Norge, de fabrico italiano, foi feito de alumínio reforçado coberto com um material de borracha, dentro do qual havia um enorme balão cheio de hidrogénio.
Em que é que a embarcação OceanSky difere? “O dirigível é uma aeronave híbrida, combinando a sustentação flutuante do hélio com a sustentação aerodinâmica criada pelo formato do seu casco”, revela a empresa num comunicado. A aeronave “de quase 100 metros de comprimento é impulsionada por quatro hélices e pode voar continuamente durante dias.”
O dirigível será um hotel flutuante de luxo, com janelas panorâmicas, cabine espaçosa, espaços de estar e jantar e até um bar a bordo. Muito mais luxuoso do que o dirigível com que Amundsen tinha de se contentar nos anos 20.
Ao contrário dos aviões, a cabine do dirigível não será pressurizada, o que significa menos ruído, e funcionará melhor durante voos baixos e lentos. O conceito está a aproximar-se da realidade. Um representante da companhia diz que a OceanSky, que atuará como uma companhia aérea de dirigíveis, está a conversar com diferentes fabricantes da indústria de dirigíveis.
A empresa também revelou uma parceria com a empresa de viagens experimentais e iates Pelorus, que planeia trabalhar com a OceanSky para criar experiências de voo privado à medida para os seus clientes intrépidos. Juntos, eles pretendem “iniciar uma nova era de viagens sem pegadas para desbloquear e obter acesso a alguns dos cantos mais remotos e cuidadosamente preservados do mundo”.
Geordie Mackay-Lewis, cofundador e CEO da Pelorus, indica: “Na Pelorus, a inovação em viagens sustentáveis está na vanguarda das nossas mentes e negócios. Estamos dedicados a criar experiências de mudança de perspetiva para os nossos clientes. Estamos incrivelmente empolgados com o futuro dessa colaboração e as possibilidades que ela cria para mostrar partes remotas do planeta de uma maneira muito mais ambientalmente consciente”.
O primeiro charter está planeado para 2024 e seguirá os passos do explorador, descolando de Svalbard antes de voar para o Pólo Norte.
“A expedição ao Pólo Norte é para o viajante que deseja experimentar o Ártico de uma maneira única e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento de viagens sustentáveis”, declara Carl-Oscar Lawaczeck, CEO e fundador da OceanSky.
“Roald Amundsen voou de Svalbard e sobre o Pólo Norte em 1926 com o dirigível ‘Norge’”. Agora estamos a fazer a mesma expedição, mas também vamos pousar no Pólo Norte”, acrescenta. “Os passageiros apreciarão a natureza ártica com serenidade e conforto num veículo voador moderno e hiper eficiente. Eles serão pioneiros numa nova maneira de viajar, voando por céus sustentáveis.”
De acordo com a OceanSky, os voos começarão a partir de $ 200.000 (cerca de 190 mil euros). Para experiências Pelorus, o preço varia de acordo com a solicitação e o desenvolvimento do pacote.