O período áureo da economia portuguesa está a esgotar-se, alerta Luís Mira Amaral. Ainda que o ex-ministro constate os “quatro arames” que seguram a economia em tensão e acredite que se cederem empurrarão o défice para lá dos 3%, também acredita na capacidade do país para atrair investimento, assim os políticos queiram.
Às vezes com riso aberto, outras tornando a voz mais áspera, pelo meio com ironia, Luís Mira Amaral fala sem o constrangimento permitido pela idade e ausência de ambições políticas – a não ser que o convidassem para ministro das Finanças ou vice-primeiro-ministro. Mantém-se activo em associações empresariais e fundou uma capital de risco, Busy Angels, para start-ups portuguesas, como a Lymphact, o seu primeiro “exit”. Da vida profissional orgulha-se da passagem pela EdP – Energias de Portugal como engenheiro na década de 1970 – apesar de ter sido administrador da eléctrica durante meio ano, quando estava na Caixa Geral de Depósitos (entre 2002 e 2004).
Na entrada de 2019, traça em entrevista à FORBES um cenário de preocupação económica e desencanto, contesta as rendas da EdP – sem esconder o desdém pela “dupla Catroga e Mexia” –, mas aponta caminhos para que Portugal não se torne uma ilha. Invista-se já em novas linhas ferroviárias para mercadorias, e não na remodelação das “do tempo do Eça de Queirós”, insta um dos políticos mais frontais da Democracia. Uma grande entrevista a ler na edição de Janeiro, já nas bancas.