A Sonae MC entra no mercado dos seguros, em parceria com a Generali e AdvanceCare, com a marca KeepWells. Como é que vão fazer a diferença face à oferta existente no mercado?
A diferença vamos fazê-la muito dentro do ADN das nossas marcas e a MC é muito conhecida por isso, desde logo com o Continente, mas também com a própria Wells. Todas as marcas do grupo Sonae têm essa característica de democratizar, de serem muito agressivas na política de preços que praticam, de procurarem ser muito transparentes e serem um parceiro em quem os clientes sabem que podem confiar para poupar, para terem uma gestão financeira pessoal mais eficiente. Entrámos com uma oferta que teve como principal eixo de preocupação o acesso. Com o preço a ser o mais acessível possível para termos uma oferta que fosse ao encontro dessa preocupação e dessa barreira que existia à subscrição de um seguro de saúde.
Referem uma política de preços agressiva. Como vão conseguir ter esse preço?
Há aqui o alavancar de muitas sinergias, por isso fizemos esta parceria com a Advance Care e com a Generalli. Montamos isto num modelo de distribuição que vai ser muito light, que se vai apoiar muito em canais remotos, em canais muito eficientes no contacto com o cliente e que permite alavancar muito a visibilidade das marcas da MC e a visibilidade que vamos dar também a esta oferta dentro dessas marcas procurando poupar custos que normalmente as seguradoras têm de suportar para chegarmos com preços o mais competitivos possível. Na comparação com os planos de saúde que existem, não temos dúvidas que há muita venda de “gato por lebre”, de produtos que não são seguros de saúde, mas que são comunicados quase como tal. Nós aqui fazemos uma distinção clara com um preço muito agressivo para um seguro de facto.
Qual a expetativa de impacto desta área de seguros nos resultados, sendo que antes existia apenas enquanto plano de saúde na MC?
Ao longo destes seis anos de existência do Plano de Saúde Wells tocámos em cerca de 250 mil clientes. São pessoas que, com o seu cartão Continente, conseguiram ter acesso a uma tabela de preços melhor do que aquela que encontrariam e além disso ainda tiveram o acumular de descontos suplementares no cartão Continente por causa dessas utilizações. Agora vamos querer chegar não a 250 mil pessoas, mas a um milhão de pessoas em cinco anos, isto é quadruplicar o impacto que tivemos. E até é mais do que quadruplicar porque agora é quatro vezes mais pessoas com produtos de maior envolvimento como são os seguros de saúde em que já há uma subscrição, em que já há uma cobertura muito maior das necessidades de cuidados de saúde que os clientes possam ter. Por isso, é um impacto muito grande. Claro que à escala da MC, que é uma empresa muitíssimo grande com a marca Continente e tudo, não vai ser transformacional nos números da empresa como um todo. Mas vai ser um contributo muito importante para o crescimento e para, acima de tudo, o completar ou o acrescentar de mais um elemento da proposta de valor da Sonae MC e do Cartão Continente que vai ter ainda mais um benefício.
Qual o peso que esta componente de saúde tem para os resultados da Sonae MC?
Normalmente não especificamos esse impacto. Mas é algo que passa de ser uma componente de oferta aos clientes. O Plano de Saúde Wells só tinha vantagens para os clientes e não tinha um modelo económico por trás que o tornasse um negócio. Com os seguros de saúde estamos a trazer essa componente de negócio e vai haver um contributo que antes não existia.
O preço de lançamento da KeepWells de 7,50 euros vai vigorar até 31 de dezembro. Ao dia de hoje é possível ter a expetativa que esse preço possa continuar ou terão de chegar aos 9,99 euros de preço base praticado no mercado?
É difícil nesta altura dar essa resposta. Hoje teríamos de dizer que a partir de 31 de dezembro vamos de voltar ao preço de 9,99 euros que ainda assim é muito agressivo no mercado português. Vamos ver como evolui o mercado, isto também depende dos custos dos prestadores de saúde que, como em tudo no país, também têm tido evoluções e pressões. A partir de 31 de dezembro vamos ter de avaliar e ver se podemos continuar este preço promocional de lançamento. A nossa vontade vai ser, seguramente, continuar a dar a oferta mais competitiva do mercado, veremos se é possível manter os 7,50 euros, ou se teremos de fazer algum ajuste ou até conseguir descê-lo.
Face à escalada da inflação, dos preços da energia e com uma guerra à porta da Europa que estratégia é que a Sonae MC adotou e até que ponto está ou não a refletir eventuais impactos no preço final ao consumidor?
Continuamos a ter um foco muito grande na proposta de valor aos nossos clientes. É uma história que não é de agora na MC. Os portugueses sabem que com a MC, com o Continente e as restantes insígnias, poupam mais, conseguem fazer uma melhor gestão das suas finanças porque poupam mais connosco já que temos uma oferta conjunta de preços, descontos e promoções de longe a mais forte em Portugal. Conseguimos suportar isso porque somos uma empresa obcecada com a eficiência das nossas operações, dos processos, com a aplicação mais eficiente possível de tecnologia no sentido de garantir que temos sempre o custo operacional mais baixo possível para podermos trazer os produtos e os serviços que prestamos ao melhor preço de mercado. Este é o ADN da MC e da Sonae e que continuamos a fazer. Em períodos como este torna-se ainda mais presente na cabeça dos consumidores.
Além dos seguros, há novas áreas na calha onde vão investir?
Na Sonae MC estamos sempre à procura de ajustar de afinar os investimentos. Temos vindo a fazer um programa de expansão de lojas muito agressivo, apesar de sermos o operador de referência de retalho em Portugal. Continuamos a ser líderes na abertura de pontos de venda e há algumas áreas em que temos feito apostas grandes, em particular, nesta área ligada à promoção da saúde e de um estilo de vida saudável e é possível que possamos ter mais algumas novidades nos próximos meses. Mas a seu tempo poderemos falar sobre elas.
Mas a inovação estará sempre presente…
Sim. Sempre como forma de trazermos as soluções melhores aos clientes, aos melhores preços e sempre também na procura de novas necessidades, suprir lacunas e de ir ao encontro das expetativas mais altas dos nossos clientes.