Com a missão de tornar a moda em segunda mão uma primeira escolha, a plataforma Vinted prossegue a sua expansão. Com mais de 45 milhões de utilizadores em 15 países da Europa, Estados Unidos e Canadá, a Vinted chegou agora a Portugal “para tornar a compra e venda de roupa e acessórios em segunda mão mais acessível aos portugueses, através de uma plataforma fácil de usar, de consumidor para consumidor”, segundo anuncia a empresa.
Como nasceu a Vinted
A Vinted nasceu em 2008, em Vilnius, capital da Lituânia, pelas mãos de Milda Mitkute, que depois de uma mudança de casa se apercebeu da quantidade de roupa que tinha e não estava a usar.
“Com a ajuda do meu amigo Justas Janauskas, criámos a plataforma para que outras pessoas pudessem ver o que eu tinha e pedir o que queriam, de modo a alargar a vida desses artigos. A Vinted começou por um pequeno círculo de amigos meus e família, mas rapidamente se espalhou a palavra e tornou-se um sucesso na Lituânia. Em 2009, expandimos para a Alemanha e, mais tarde, criámos a empresa de modo a continuar a expansão internacional. Superou muito as nossas expectativas e continuamos os dois maravilhados com o sucesso da Vinted”, afirma Milda Mitkuté.
Como comprar e vender artigos
A partir de agora, seja para ganhar algum dinheiro extra enquanto se esvazia o armário ou apenas para adotar hábitos de consumo mais responsáveis em relação à moda, os portugueses podem registar-se gratuitamente, começar a “destralhar” os seus armários e fazer o upload dos seus artigos, para que os possam vender, sem taxas, recebendo 100% do valor da venda.
A plataforma está disponível no site ou como app, disponível para Android e iOS.
“Os compradores podem gravar as suas preferências e descobrir grandes oportunidades a baixos preços”, diz a empresa.
Com Justas Janauskas, Milda Mitkuté começou a Vinted como um projeto pessoal para “destralhar” o armário, acabando por se tornar uma comunidade global.
Os portugueses usufruem também da Buyer Protection (Proteção do Comprador), disponível no mercado europeu, por 5% do valor total do artigo e uma taxa adicional de 0,70€. Além disso, poderão contar também com várias opções de envio a baixos preços, além do apoio ao consumidor e um sistema de pagamento verificado, com transações seguras.
Os membros portugueses podem também negociar com 21 milhões de membros de França e Espanha, “através de sistemas de pagamentos seguros, aumentando a probabilidade de vender os seus artigos mais rapidamente e ter acesso a mais opções desde o início, para várias categorias: mulher, homem, criança e acessórios da casa”, refere a empresa.
Reduzir o desperdício e ganhar dinheiro
De acordo com uma pesquisa feita pela Vinted, cerca de 40% dos consumidores portugueses consultados declaram que reduzir o desperdício e consumir de forma mais inteligente seriam as suas principais motivações para aderir à moda em segunda mão, além de servir propósitos económicos.
Metade das pessoas que vendem roupa em segunda mão, fazem-no para ganhar algum dinheiro extra: “Tanto os aspetos financeiros como os sustentáveis são os que mais levam o povo português a comprar em segunda mão”, diz Thomas Plantenga, CEO da Vinted, à Forbes.
“A nossa missão de tornar a moda em segunda-mão a primeira escolha vai de acordo com a nossa crença de que existimos para acelerar o movimento global em direção ao consumo circular. Acreditamos em usar o que já existe. Assim sendo, oferecemos aos nossos membros uma oportunidade mais acessível para comprar e vender entre si, e para fazer escolhas mais responsáveis enquanto se alarga o ciclo de vida de artigos usados”, afirma Thomas Plantenga.
“Existimos para acelerar o movimento global em direção ao consumo circular”, diz Thomas Plantenga, CEO da Vinted.
Sobre quais os próximos países que deverão receber esta plataforma, Thomas Plantenga, CEO da Vinted, não adianta mais dados, preferindo falar que o seu foco está “em fortalecer a nossa posição nos mercados existentes, particularmente os mais recentes, Portugal e Canadá”.
Qual a diferença da Vinted face a outras plataformas?
A Forbes quis saber em que é que a Vinted difere face a outras plataformas online de venda de moda de segunda mão. O CEO da empresa destaca o facto da Vinted, ao conectar múltiplos mercados internacionais, “facilita vendas rápidas, visto que membros de vários países europeus tem uma grande e diversa gama de artigos para comprar”.
Adicionalmente – acrescente Plantega – “a Vinted é um mercado que não taxa os vendedores. Criar listas, completar vendas e transferir os vencimentos para as próprias contas bancárias não tem quaisquer custos adicionais. Não existem limites ou condições especiais. Os vendedores ficam sempre com o dinheiro que recebem”.
“O aspeto social da comunidade não deve ser esquecido: os membros têm interações diretas, não só entre compradores e vendedores, como também através do fórum, que auxilia os utilizadores com qualquer aspeto da sua experiência na app”, indica o CEO.
“Tanto os aspetos financeiros como os sustentáveis são os que mais levam o povo português a comprar em segunda mão”, diz Thomas Plantenga, CEO da Vinted
Outro fator importante na perspetiva dos responsáveis desta plataforma é ser “um mercado designado especificamente para moda e artigos de lifestyle. A Vinted não sobrecarrega os utilizadores com uma escolha infinita – roupa, calçado e acessórios de moda são as nossas categorias principais”.
Além disso, “a Vinted oferece um sistema de pagamento integral e proteção ao consumidor, para compras seguras e simples. Por uma pequena taxa, são asseguradas transações seguras entre membros, sem a partilha de dados bancários. Caso aconteçam imprevistos no envio ou o produto recebido não é o escolhido, ou não se encontra nas condições descritas, a Vinted tem um atendimento ao cliente pronto a ajudar os utilizadores.
De onde vêm os rendimentos da Vinted
Neste contexto, à Forbes, Thomas Plantenga explica que a Vinted obtém os seus rendimentos de três formas: “A utilização da app Vinted é gratuita para os nossos membros e não existem taxas para os vendedores. Oferecemos aos compradores uma proteção ao comprador por uma pequena tarifa (5% do preço do artigo + uma taxa fixa de 0,70€). Esta taxa inclui um sistema de pagamento integrado e de envio: facilitamos um pagamento seguro entre dois membros, evitando a necessidade da troca de dados pessoais e detalhes bancários. Adicionalmente, proporcionamos aos nossos membros várias opções para enviarem os seus artigos de forma fácil e com descontos”.
“Vemos um grande potencial neste mercado e esperamos impulsioná-lo com a nossa plataforma, tornando o consumo circular um hábito simples e natural”, diz Plantenga.
“Quando se carrega no botão ‘Comprar Agora’, a proteção ao consumidor que recomendamos a todos os nossos membros é automaticamente ativada. Deste modo, os membros beneficiam de pagamento integrado e opções de envio mais competitivas, bem como a possibilidade de reembolso, caso o artigo não chegue ou não seja como o vendedor o tinha descrito. Claro, membros também podem escolher comprar e vender entre si, sob sua própria responsabilidade”, refere Plantenga.
Plantenga acrescenta que a plataforma possui ainda várias opções para os vendedores impulsionarem a visibilidade dos seus artigos, de modo voluntário “e por uma pequena taxa”. Outra forma de lucro passa por posicionar “anúncios na app e plataforma”, diz o responsável da Vinted que acrescenta: “Somos apoiados pelos nossos investidores – tornámo-nos um ‘unicórnio’ (valorizados acima de 1B) em 2019 e no mês passado angariámos 250 milhões de euros num novo fundo de investimento de Série F”.
Principais comunidades para a empresa
A Vinted não divulga volumes de vendas individuais por mercado, mas adianta que, atualmente, as suas maiores comunidades são França, com mais de 16 milhões de utilizadores registados, seguida pela Alemanha, com mais de 9 milhões de membros.
Relativamente a qual poderá ser a posição relativa que o mercado português ocupará entre os 15 países em que a plataforma está presente, o responsável da empresa diz ser “difícil prever, dado que entrámos no mercado português há poucas semanas. Este mercado tem diferentes características, poder de compra e tamanho, comparando com mercados como a Alemanha, França ou Espanha. Além disso, o mercado de compra em segunda mão encontra-se em diferentes fases em todos os países, o que torna a sua comparação mais difícil”, afirma Thomas Plantenga, CEO em declarações exclusivas à Forbes.
“O interesse em moda em segunda mão é garantido em Portugal. Contudo, é menos aceite do que noutros países onde operamos”, diz Thomas Plantenga.
Ainda assim, Thomas Plantenga diz ter sido “possível identificar que o interesse em moda em segunda mão é garantido em Portugal. Contudo, os nossos estudos mostram que é menos comum ou aceite do que noutros países onde operamos. Por outro lado, o conceito de segunda mão tem menos estigmas associados, pelo que é mais relacionado com sustentabilidade, boa gestão financeira e criatividade em Portugal. Vemos um grande potencial neste mercado e esperamos impulsioná-lo com a nossa plataforma, tornando o consumo circular um hábito simples e natural”.
Produtos mais transacionados
No tocante aos produtos mais transacionados, “o que observamos noutros mercados é que as categorias mais pesquisadas são bastante sazonais (vestidos de verão e sandálias no verão, botas e pulôveres no inverno). Categorias como t-shirts ou ténis são populares o ano todo”, afirma Thomas Plantenga.
Tentando projetar o crescimento do mercado da moda de segunda mão para os próximos anos a nível global, o responsável da Vinted indica que a tendência da segunda mão “começou há vários anos e integra um movimento geral rumo a hábitos de consumo mais responsáveis. Atualmente, existe maior aceitação de roupa em segunda mão na sociedade. Tentamos responder com a nossa aplicação a diversas motivações inerentes à segunda mão (motivações económicas, consumo circular, estilo…) e disponibilizamos o nosso conhecimento tecnológico ao serviço deste movimento, encorajando e facilitando a transição para o consumo em segunda mão e torná-lo um hábito natural”.
Com o crescimento de preocupações sobre a economia circular e consumo responsável, espera-se que mais e mais pessoas vejam a moda em segunda mão como a primeira escolha. “Estamos aqui para facilitar este movimento, através de uma app com um formato intuitivo para todos, que o torna mais amplamente aceite e talvez até mainstream, no futuro”, diz Plantenga.