As relações entre a União Europeia e África subsaariana preparam-se para ganhar novo fôlego. O diretor-geral das Parcerias Internacionais da União Europeia (UE), Koen Doens, anunciou um pacote de financiamento para a região de cerca de 30 mil milhões de euros, cujo principal destino será o investimento em energias renováveis.
Koen Doens falava durante as ‘Green Talk’ de alto nível “Acelerar a Parceria UE-África para a Transição da Energia Verde”, organizada pela presidência portuguesa da UE. “No novo ciclo orçamental da UE, entre 2021 e 2027, vamos alocar um montante substancial de financiamento e de meios, destinando quase 30 mil milhões de euros em doações para a África subsaariana e um montante muito, muito significativo irá para as energias sustentáveis, que estão no coração da nossa parceria com África”, assumiu o diretor-geral das Parcerias Internacionais da UE.
Koens Doens sublinhou que “ao abrigo da parceria renovada, nas vésperas da Cimeira entre a UE e a União Africana, estamos a propor uma parceira para a transição energética e o acesso à energia verde, em três áreas, que são o aumento da percentagem de energias renováveis, o apoio ao acesso a renováveis e a eficiência energética, que é a maneira mais fácil de reduzir custos e baixar a emissão de gases poluentes”.
O debate de alto nível, que juntou governantes europeus e africanos, e vários empresários do setor, terminou com a intervenção do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva.
O governante português detalhou que, no âmbito deste novo financiamento, 30% tem como meta de despesa investimentos com objetivos de natureza climatérica.
Augusto Santos Silva acrescentou que “a próxima cimeira entre a União Europeia e a União Africana é o momento perfeito para a consolidação da parceria sobre eixos semelhantes, e a transição verde estará na nossa agenda, com o nosso empenho, quer através dos países individualmente, quer através da presidência da UE”.
O MNE português admitiu que o continente africano é uma das principais regiões afetadas pelas alterações climáticas, ainda que seja quem menos contribua para isso. “Isto é injusto e não pode ser repetido na mudança para um novo paradigma baseado na transição para uma energia verde”. E alertou que a mudança de paradigma na energia “é um imperativo para todos”.