David Brito, formado em economia pelo ISEG, assumiu recentemente a Direção Geral da Ebury Portugal, e vai liderar uma equipa de mais de 30 pessoas. O gestor que acaba de assumir funções destaca que “estamos numa altura ideal para focar ainda mais em dois fatores fundamentais: os colaboradores e os clientes. Uma equipa forte, motivada e focada nos clientes é, na minha opinião, a chave para enfrentar qualquer desafio”. O novo líder da Ebury em Portugal conta com mais de 15 anos de experiência em mercados financeiros. Esteve oito anos no Barclays Bank, onde desempenhou várias funções dentro da área comercial de empresas, nomeadamente como gestor de conta para o segmento de médias empresas e gestor de conta para o segmento de grandes empresas e multinacionais. Em entrevista à FORBES, o gestor fala da sua trajetória e dos desafios da sua nova missão.
Há quanto tempo está na Ebury?
Estou na Ebury desde o início da operação portuguesa, em 2015, tendo até agora desempenhado a função de Director Comercial. A empresa tem no global mais de 1000 colaboradores, 30 dos quais em Portugal, onde estamos agora a recrutar novos [colaboradores].
Com que empresas a Ebury trabalha?
Com uma vasta carteira de clientes, a Ebury Portugal trabalha com empresas de todos os sectores de atividade que tenham necessidades de pagamentos ou recebimentos em moeda estrangeira, desde PME até grandes empresas.
Quais são os principais desafios como novo responsável da direção-geral da Ebury Portugal?
Desde o início da atividade em Portugal, a Ebury tem vindo a crescer, ano após ano. Assim, os primeiros passos que tenho de tomar estão relacionados com a criação de todas as condições para consolidar o crescimento da operação Portuguesa. Esse é o nosso principal objectivo. O caminho a seguir passa por manter cada vez mais o foco no cliente e em apresentar soluções eficientes e inovadoras para os seus negócios extracomunitários. Queremos estar no top of mind das empresas quando têm a necessidade de fazer uma importação ou exportação em moeda estrangeira.
Que tipo de ambiente corporativo do setor de atividade deseja para a Ebury Portugal?
O principal desafio passa por manter a equipa motivada e coordenada, sobretudo em ambiente de teletrabalho. Na Ebury seguimos uma cultura de meritocracia e valorizamos a heterogeneidade nas equipas. É este o ambiente corporativo que queremos cultivar.
Em quantos mercados a empresa atua?
Neste momento a Ebury está presente em 20 geografias. Estamos presentes nas principais capitais europeias bem como na Austrália, Emirados Árabes Unidos, Hong Kong, Brasil e Canadá.
Qual é a avaliação que faz do mercado em que a Ebury está inserida em Portugal?
O mercado de pagamentos internacionais ligado à importação e exportação é um mercado bastante dinâmico, influenciado diretamente pela atividade das empresas e pela flutuação cambial. Temos verificado que este mercado está a crescer, com as empresas a procurarem cada vez mais a internacionalização, quer nas suas vendas, procurando mercados alternativos, quer nas suas compras, procurando fornecedores mais competitivos. Por outro lado, tendo a Ebury sido pioneira em Portugal, verificamos com agrado que cada vez mais empresas têm interesse em trabalhar com fintech pela eficiência e inovação que aportam e mais conhecimentos de mercado.
Quais são os principais desafios da empresa para os próximos tempos?
Os principais desafios da Ebury para os próximos anos passam por consolidar o crescimento alcançado em Portugal, identificar as principais necessidades do mercado e apresentar soluções ou produtos eficientes e inovadores aos nossos clientes.
Esteve oito anos no Barclays Bank, onde desempenhou várias funções na área comercial. A experiência que carrega foi decisiva para assumir este novo desafio?
Sem dúvida, os anos de experiência na área corporate foram essenciais para a minha progressão de carreira. Essa experiência comercial permite-me hoje em dia compreender um fator essencial para a empresa: o cliente. Curiosamente foi também no Barclays que conheci e comecei a trabalhar com o Duarte Líbano Monteiro, o atual director regional da Ebury para o Sul da Europa.
Qual foi o impacto da pandemia neste setor de atividade?
O mercado de pagamentos internacionais está exposto a todo o tipo de sectores de atividade tal como serviços, indústria, saúde ou tecnológico, por exemplo. Logo, sofreu também com o abrandamento da economia provocado pela pandemia. No entanto, temos sentido uma forte resiliência e até crescimento de alguns setores de atividade que têm compensado em parte o decréscimo de outros.
Com o quê é que os empresários mais se preocupam nesta fase de crise, agravada pela pandemia?
Nas crises, geralmente, a preocupação do empresário passa também por tornar a sua operação mais eficiente a nível de custos e explorar outros mercados para fazer crescer o seu negócio. Além disso, são também fases com um ambiente mais propício para novas oportunidades. A título de exemplo, temos ajudado muitos clientes a pagarem em moeda local as suas importações provenientes da China (pagar em renminbi em vez de dólares ou euros), conseguindo com isso uma poupança substancial nas suas compras.