“É uma referência para os jovens santomenses. Uma vida de sucesso não é feita de oportunidades. Ele pensou muito, preparou muito, focou-se em fazer coisas a pensar nos outros. Tinha uma visão e um projeto para o seu país”, as palavras são do professor Marçal Grilo durante uma singela e emotiva homenagem a Carlos Tiny, médico de formação, diplomata, governante e bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Um orgulho que não escondia, como recorda Margarida Abecassis, muito pelo contrário: “Dizia sempre eu sou um Gulbenkiano e nós, bolseiros da Fundação, somos os seus maiores embaixadores”. Tinha como foco “a valorização do ser humano e a sua grande preocupação eram os jovens africanos. Realço também a sua perseverança, nunca cruzou os braços perante a adversidade”.
Esta era a sua forma de estar e aquela que passou para os jovens que acolheu na instituição que criou – Fundação Mãe Santomense – e que durante este encontro virtual, uns em nome de todos, partilharam as suas histórias, com a emoção própria de quem perdeu o seu maior amparo. Carlos Tiny esteve sempre presente nas suas vidas. Para um conselho, para um reparo, para um encaminhamento, tal qual um pai ou um amigo, tornando-se no herói de que fala o poema recitado em direto pela jovem Miriam de Deus em homenagem ao fundador.
“Ele era simultaneamente simples e grande, digno e modesto, respeitoso e tinha o respeito de todos”, enfatizou Luís Plácido dos Santos que coordenou a homenagem finda com um agradecimento de N’Gunu Tiny referindo-se ao pai como “um grande sonhador e o seu último sonho, o maior de todos, era ver um São Tomé mais justo, mais solidário e mais desenvolvido”.